Será que o lendário Golias era mesmo gigante? Arqueólogos esclarecem

O lendário confronto entre o gigante guerreiro Golias e o futuro rei Davi, que era um simples pastor naquela época, se converteu em uma das histórias bíblicas mais populares.
Sputnik

No entanto, apesar de décadas de escavações, a história de Golias e de seu aspecto físico pouco comum tem estado envolto em mistério.

Escavações arqueológicas em Tel Zafit, no sul de Israel, revelaram um assentamento mais antigo e extraordinário por baixo das ruínas da cidade filisteia de Gat, que era considerada o lugar de nascimento de Golias.

Durante as escavações anteriores foram descobertas ruinas que datavam dos séculos IX e X a.C., no entanto a nova descoberta sugere que a cidade de Gat estava no auge do seu desenvolvimento no século XI a.C., durante a época em que viveu Golias. A nova cidade é maior que o assentamento subsequente e guarda vestígios de estruturas extraordinárias, informa o jornal The Jerusalem Post.

As descobertas poderiam explicar a razão por que Golias e outros heróis bíblicos tinham sido retratados como gigantes, mesmo não havendo evidências arqueológicas que indiquem seu verdadeiro tamanho, sugeriu Aren Maeir, professor de arqueologia da Universidade de Bar-Ilan.

"Não há esqueletos de pessoas que sejam mais altas que os pivôs da NBA", disse Maeir.

Em vez disso, ele sugeriu que as histórias míticas da Bíblia refletiam como uma sociedade alegoriza os feitos dos seus antepassados, como parece ser evidenciado através das enormes estruturas que eles deixaram.

"Gat era a maior cidade à face da Terra daquela época, e pelos vistos se caracterizava por ter uma arquitetura bastante impressionante", disse Maeir. "Os filisteus eram a cultura dominante na região, tanto política como militarmente e provavelmente culturalmente", adicionou.

Quando nós vemos ruínas formidáveis e dizemos: "Nossa! Como alguém foi capaz de construir isso", uma das explicações que se dá às vezes é que "isso deve ter sido construído por gigantes do passado", explica o arqueólogo, que tem estado investigando o sítio há mais de 23 anos.

A lembrança deste domínio, acompanhada da presença dos restos físicos da sociedade, inspiraram a tradição de que os habitantes de Gat seriam gigantes, um tema que também aparece em outras histórias bíblicas, argumentou o arqueólogo.

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