A violência dos protestos em Hong Kong foi caracterizada como "obra" dos EUA por Hua Chunying, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da China.
"Tendo em vista as declarações do senhor Pompeo, parece que ele não se acostumou com seu cargo, e ainda pensa que é o chefe da CIA. Provavelmente, ele acha que a recente violência em Hong Kong é razoável, já que, como todos sabem, tudo isso não é mais que obra dos EUA", disse Chunying.
Hua estava se referindo às palavras do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que disse que a China deveria "fazer a coisa certa" ao lidar com os protestos em Hong Kong, em uma entrevista com a Bloomberg Television na semana passada, informou Kyodo News.
Pompeo afirmou que nos EUA também ocorrem protestos.
Ela ainda lembrou que, desde o final de fevereiro, altos funcionários do governo americano começaram a criticar as alterações no projeto de lei sobre extradição, tendo se encontrado com representantes da oposição.
"Nos vídeos dos protestos violentos em Hong Kong aparecem cidadãos americanos, além de bandeiras americanas. Todos querem saber: qual o papel que os EUA têm tido nos últimos acontecimentos em Hong Kong?", disse Chunying.
O governo chinês nunca permitirá que forças estrangeiras interfiram nos assuntos de Hong Kong, muito menos que provoquem o caos na cidade, disse a representante.
"Se você brinca com o fogo, espere problemas. A história está cheia destes exemplos. Nós insistimos para que os EUA tirem suas mãos e parem esse jogo perigoso com o fogo", declarou Chunying.
Em junho, Hong Kong foi palco de grandes protestos devido à alteração da lei de extradição que, se aprovada, permitiria a Hong Kong entregar suspeitos a jurisdições com as quais não tem acordos como Taiwan, Macau e a China continental.
O governo da região voltou atrás quando a chefe do governo local, Carrie Lam, suspendeu os trabalhos relativos à lei e pediu desculpas pelos desdobramentos.
Mesmo assim, os adversários do projeto de lei têm insistido no total encerramento da questão, dando um ultimato às autoridades e continuando com os protestos.