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Como contribuição do Brasil seria fundamental para evitar 'Armagedom climático'?

O aquecimento global não é de hoje, bem como as mudanças climáticas que estão ameaçando seriamente nosso planeta de forma cada vez mais intensa.
Sputnik

Entretanto, um estudo aponta que o aquecimento atual está em seu mais intenso e universal momento em 2.000 anos. Isso porque antes suas mudanças climáticas eram regionais, ou seja, sem ocorrerem em todos os lugares ao mesmo tempo.

Segundo o estudo, anteriormente, o impacto era continental ou não ocorreram em todas as regiões simultaneamente, contudo, o atual aquecimento está afetando 98% do planeta, de uma única vez.

Postura oficial do Brasil

O Brasil de Jair Bolsonaro parece ser o novo vilão ambiental para o planeta. Enquanto o assunto é tratado como prioritário pela UE, o novo governo brasileiro paralisou as políticas de preservação do meio ambiente.

Um exemplo disso são as decisões e declarações do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que confirmam seu desinteresse e descaso pela proteção da Amazônia, uma área essencial para combater o aquecimento global.

"Quando acabarem as commodities [matérias-primas] do Brasil, nós vamos viver do quê?", indagou Jair Bolsonaro. "Vamos virar veganos? Vamos viver do meio ambiente?", complementou ao ser questionado sobre a situação da Amazônia.

O presidente brasileiro, de direita, deixa cada vez mais claro seu desprezo pela preservação ambiental e sua irritação com relação ao assunto, chegando a afirmar que o tema não passa de uma psicose ambiental.

Como contribuição do Brasil seria fundamental para evitar 'Armagedom climático'?

"Entendo a necessidade de preservar, mas a psicose ambiental deixou de existir comigo", afirmou Bolsonaro.

Além de Bolsonaro, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também demonstrou ceticismo em relação ao aquecimento global, inclusive, questionando o aumento da temperatura terrestre nos últimos 200 anos.

"Não há um termostato que meça a temperatura global. Existem vários termostatos locais", afirmou Araújo, enfatizando que é preciso haver uma "discussão aberta e não ideológica" sobre o tema.

Vale destacar que o descaso do presidente brasileiro pode estar gerando um aumento no desmatamento da região amazônica. O balanço anual de áreas desmatadas aponta uma considerável elevação nos índices de desmatamento da floresta nos últimos meses.

Consequências do aquecimento global

O cenário atual do aquecimento global é preocupante, já que os números mostram que esse cenário está cada vez mais intenso e, por isso, suas consequências provavelmente serão devastadoras para o planeta.

Tanto é que as anomalias climáticas, registradas ultimamente, causaram grande preocupação sobre o aquecimento global e sua ameaça constante. Não é por menos, já que os termômetros de diversas áreas do Oeste Europeu registraram temperaturas de quase 45 graus Celsius.

A elevação das temperaturas médias é percebida pela mudança das condições em algumas áreas, particularmente na zona intertropical, entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio, que inclui grande parte da América Latina, centro e sul do México, e partes do norte da Argentina e do Chile.

Por sua vez, o Brasil também deverá sofrer impactos preocupantes. Um dos primeiros impactos são as cidades submersas pela elevação do nível do mar, ou seja, o Rio de Janeiro completamente tomado pela água é uma possibilidade real, bem como outras cidades litorâneas. Para o Brasil, há uma previsão de que o nível do mar seja elevado em 58 centímetros, o que poderia causar um grande prejuízo a 42 milhões de pessoas que vivem na costa.

Além disso, o Brasil ainda poderia ter de lidar com a ocorrência de ciclones e furacões no Sul e Sudeste.

Como parte da mudança climática, o Brasil sofrerá uma intensa onda de calor, que consequentemente elevará os riscos de incêndios e queimadas, o que afetará diretamente a Floresta Amazônica, que poderá ser transformada em um cerrado.

Como contribuição do Brasil seria fundamental para evitar 'Armagedom climático'?

Outro fator que já sentimos é o fim das diferenças entre as quatro estações, tendo períodos secos mais frequentes, o que afetaria diretamente as safras devido ao calor excessivo e a chuvas em momento errado, gerando uma grande perda para a produção agrícola e economia do país. Com uma vida seca, algumas regiões do país se tornarão um verdadeiro deserto, como é o caso do Nordeste, que representa 15,7% do território nacional. Isso resultaria em menos plantas, menos animais e o êxodo das pessoas, elevando o índice de pobreza nas regiões.

A pesca também sofrerá um grande colapso. Com o alto índice de poluição nos oceanos e a elevação do nível do mar, diversas espécies de peixes poderão ser extintas. Aproximadamente 80% das espécies migratórias, como tartarugas e baleias, poderão ser extintas enquanto que 90% das espécies comerciais dos mares serão extintas.

Já a população também sofrerá fortes impactos devido ao ar quente e seco que dificultará a respiração. Com isso, ao menos 300 mil pessoas morrerão por ano por problemas respiratórios. Um exemplo disso é Brasília, que é conhecida por ser uma cidade de clima seco, e com o aquecimento, a cidade certamente ficará inabitável. Além disso, com o calor excessivo, os insetos transmissores de doenças terão mais tempo para se reproduzir, o que elevará o índice de doenças na população.

Como todos já sabemos, a mudança climática elevará o nível dos oceanos em até 59 centímetros até 2100, ou seja, cidades litorâneas precisarão construir barreiras para conter a água e evitar seu desaparecimento ou perdas consideráveis.

Futuro incerto e possíveis soluções

É possível considerar que o futuro do nosso planeta é incerto pelo simples fato de que hoje temos um "Armagedom climático", onde o atual aquecimento é o mais universal e intenso em 2.000 anos.

Caso nenhuma medida seja tomada, presenciaremos uma migração climática causada pela instabilidade climática das regiões, além de maior risco de mortes causadas por tempestades e fenômenos naturais, que devem ocorrer com maior frequência.

Há muitas possíveis soluções propostas pelos cientistas que podem ao menos reduzir o perigo do aquecimento, e algumas dessas possíveis soluções envolvem o Brasil. Entretanto, o país está longe de ter um plano de combate ao aquecimento global.

Contudo, há uma grande necessidade de o país criar projetos de controle climático ou organizar ações para reduzirem os impactos.

Muitos cientistas e pesquisadores acreditam que os recursos naturais do Brasil podem ajudar no combate ao aquecimento global, através da redução ou compensação das emissões dos poluentes gerados pelos países desenvolvidos, que são responsáveis por mais de 70% das emissões de gases que aquecem o planeta.

Como contribuição do Brasil seria fundamental para evitar 'Armagedom climático'?

Uma das soluções propostas seria que os países desenvolvidos pagassem pela conservação das florestas tropicais, além da possibilidade da venda de cotas em projetos que capturam gases poluidores.

Estes projetos estariam ligados à remoção de metano dos lixões, ações de reflorestamento e técnicas agrícolas entre pasto e lavoura. Com isso, além de melhorar a economia, o país ainda preservaria seus recursos naturais.

Além disso, os cientistas reconhecem que as medidas políticas serão decisivas para o corte de dióxido de carbono, e que essas medidas devem ocorrer até 2020, para que os efeitos sejam ao menos amenizados e a mudança climática seja mantida em níveis de sobrevivência, além de restaurar a natureza ao equilíbrio necessário.

As soluções mais importantes para conter a mudança climática seriam a preservação das florestas e a plantação massiva de árvores. Através do reflorestamento, os níveis de carbono na atmosfera poderiam cair em 25%, retornando aos padrões do início do século XX, aponta estudo.

Dessa forma, o Brasil tem um papel de grande importância no combate ao aquecimento global, pois é o país com maior potencial de regeneração de florestas tropicais, onde a mata atlântica é a principal área a ser regenerada, além de possuir o maior nível de biodiversidade, o que seria mais do que fundamental para a restauração dos padrões do nível de carbono.

Além disso, deve-se destacar que precisamos mudar consideravelmente nossa forma de viver no planeta, caso realmente pretendamos neutralizar nossas emissões de carbono.

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