Com o fim da Guerra Fria, era necessário que o bloco continuasse a existir apesar da dissolução do Pacto de Varsóvia, afirmou Stoltenberg em discurso que foi gravado pela assessoria de imprensa da aliança.
"Deve-se entender que, em 40 anos, a OTAN não agiu fora do seu território. Nestes anos, só fizemos uma coisa: contivemos a URSS. Isso é tudo. E fizemos isso com muito sucesso, porque a Guerra Fria terminou sem um único tiro, e a paz foi preservada", explicou.
Segundo Stoltenberg, quando o Muro de Berlim caiu e quando terminou a Guerra Fria, as pessoas começaram a se perguntar se a aliança ainda era necessária, "porque o Pacto de Varsóvia, que era o oposto da OTAN, tinha deixado de existir, e a URSS foi dissolvida".
"E tinha a questão se a OTAN também deveria deixar de existir. A OTAN tinha de sair do negócio ou ir além do seu território na Europa e na América do Norte. E decidimos fazer a segunda opção, ir além da zona, parar as guerras étnicas nos Bálcãs, ajudar a combater a pirataria na África, combater o terrorismo no Afeganistão e assim por diante", afirmou o secretário-geral.
Estes são exemplos das ações da OTAN fora do território, acrescentou Stoltenberg, mas a aliança não tem qualquer papel a desempenhar na resolução de todos os conflitos. "Não pedimos à OTAN que se envolva em todos os conflitos mundiais. A principal tarefa da aliança é proteger contra ataques", reforçou.
Pacto de Varsóvia
O Pacto de Varsóvia de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua entre a Albânia, Bulgária, Hungria, República Democrática Alemã, Polônia, Romênia, União Soviética e Checoslováquia foi assinado em 1955.
Representantes de oito países explicaram que o pacto era necessário para dar contrarresposta à criação da OTAN e inclusão da Alemanha Ocidental no bloco.
Em fevereiro de 1991, foi tomada a decisão de abolir as estruturas militares do Pacto de Varsóvia e, em julho, em Praga, foi assinado um protocolo de cessação total do mesmo.