Rover da NASA encontra vestígios de rios e lagos marcianos (FOTO)

Análise de gigantescos depósitos de argila, descobertos pelo rover Curiosity em maio, mostrou que os rios e lagos de Marte não só secaram gradualmente, como também recebiam periodicamente água, inundando os cantos circundantes da cratera de Gale.
Sputnik

O site do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA escreveu que as rochas da região analisada preservaram a história evolutiva dos lagos marcianos, que existiam no fundo da cratera de Gale e que não eram invariáveis nem estáticos.

"Nós mostramos que os lagos não só diminuíram e secaram gradualmente, mas também experimentaram uma história tumultuada e complicada. O estudo deles nos ajudará a entender como Marte perdeu água", afirmou Valerie Fox, do Instituto de Tecnologia da Califórnia.

Até recentemente, os cientistas desconheciam quaisquer vestígios fiáveis da existência de água no Planeta Vermelho no passado ou no presente.

Rover da NASA encontra vestígios de rios e lagos marcianos (FOTO)

Em março de 2013, o rover Curiosity descobriu os primeiros vestígios da existência de água em depósitos de argila ao perfurar uma pedra chamada John Klein em um de seus primeiros campos de perfuração.

Lago gigante

Posteriormente, os cientistas encontraram muitos outros depósitos de argila e outras evidências da antiga existência de água em Marte.

Hoje em dia, cientistas acreditam que a cratera de Gale, onde hoje está o rover Curiosity, seja um lago gigante e seco, com sedimentos do fundo do lago cobrindo a sua parte central, o Monte Sharpe.

As recentes descobertas, assim como imagens das naves Mars Odyssey e do Orbitador de Reconhecimento de Marte (MRO, na sigla em inglês), que indicam a presença de vestígios de filossilicatos, minerais argilosos que testemunham a ação química da água, levaram cientistas a indagar como esses depósitos de argila poderiam ter surgido.

Modelos climáticos

A água em estado líquido, se presente em Marte, poderia ter existido na sua superfície por períodos muito curtos de tempo, por algumas centenas de milhões de anos, e pouco provavelmente, como mostram os modelos climáticos, seria capaz de produzir quantidades tão grandes de argila.

No início de maio deste ano, o rover Curiosity atingiu estes depósitos perfurando a região. A descoberta fez com que cientistas ficassem quase dois meses analisando a zona.

A análise das argilas locais, bem como das imagens da área, revelou várias propriedades novas e inesperadas da antiga hidrosfera de Marte.

Amostras de rocha

As amostras de rocha perfuradas pelo rover na zona revelaram as maiores quantidades de minerais de argila encontradas durante a missão. Mas Curiosity detectou quantidades igualmente altas de argila em outras partes do Monte Sharp, inclusive em áreas onde o MRO não detectou argila.

Isso levou os cientistas a se perguntarem o que está fazendo com que os resultados da órbita e da superfície sejam diferentes.

Uma ideia é que as pedras são a chave. Embora os seixos individuais sejam muito pequenos para o MRO ver, podem aparecer coletivamente ao Orbitador como um único sinal de argila espalhado através da área.

A poeira igualmente estabelece-se mais prontamente sobre rochas lisas do que faz sobre os seixos; essa mesma poeira pode obscurecer os sinais vistos do espaço.

Os seixos eram muito pequenos para o Curiosity perfurar, por isso a equipe científica está à procura de outras pistas para resolver este quebra-cabeça.

Os cientistas estão agora tentando encontrar mais depósitos de argila para que o rover possa recolher amostras e analisar a composição química detalhadamente. Estes dados ajudarão os cientistas a compreender como eram as águas de Marte e se elas poderiam realmente sustentar a vida, como já indicado por medições em outras regiões da cratera de Gale.

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