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Garimpo representa a morte para os índios, diz 1ª deputada federal indígena

A deputada federal Joenia Wapichana (Rede-RR) afirma que o garimpo em terras indígenas, bandeira do presidente Jair Bolsonaro (PSL), não traz nenhum benefício para a população e que o acidente da Vale em Brumadinho demonstra que o Brasil não tem uma fiscalização efetiva do setor.
Sputnik

"O garimpo não traz benefício e melhoria nenhuma. Para os indígenas, representa a morte", diz a coordenadora da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos Indígenas em entrevista à Sputnik Brasil. 

Ela também relembra a recente pesquisa do Datafolha que mostrou que 86% dos brasileiros são contra a entrada de empresas de mineração em terras indígenas.

A congressista é a segunda representate indígena da história do Congresso brasileiro. O primeiro foi Mário Juruna, deputado federal de 1983 a 1986.

Bolsonaro já afirmou que existem "trilhões de reais embaixo da terra" em Roraima e que "o índio não pode continuar sendo pobre em cima de terra rica". O presidente também já atrelou a possível indicação de seu filho Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador nos Estados Unidos à exploração de minerais em territórios indígenas.

Joenia defende que Bolsonaro alimenta o ódio e que a não demarcação de terras indígenas é uma expressão de "racismo" porque não reconhece o "direito das populações originárias". Ela também acredita que a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que devolveu a demarcação de terras indígenas para a Fundação Nacional do Índio (Funai) é "justa e coerente". Antes, esta atividade estava era organizada pelo Ministério da Agricultura.

"A Funai tem uma obrigação institucional de proteger os direitos indígenas, de colocar em realização as demarcações das terras para que os povos indígenas possam ter suas vidas e culturas garantidas. Por outro lado, o Ministério da Agricultura já vem fazendo uma defesa de uma política agrícola contraditória com a demarcação de terras indígenas", diz a congressista.

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