Tóquio tem vindo a reagir à incerteza da diplomacia do presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou Su Hao, diretor e fundador do Centro de Estudos Estratégicos e da Paz da Universidade de Relações Exteriores da China, segundo o Global Times.
Su Hao observou que o Japão ficou chocado com a declaração de Trump de que o Tratado de Segurança entre os Estados Unidos e o Japão é unilateral em detrimento dos EUA e é injusto, uma vez que exige apenas que Washington proteja Tóquio, mas não ao contrário, palavras que fizeram o país asiático se distanciar dos norte-americanos.
Além disso, o Japão sabe que, sem a China, seu crescimento econômico será limitado, ou seja, o Japão precisa equilibrar a sua aliança com os EUA em meio à ascensão chinesa.
"O Japão é, obviamente, um aliado militar dos EUA, a longa história de desenvolvimento formou relações especiais entre eles", disse o especialista, que acredita que o equilíbrio para o Japão é importante.
O chamado "equilíbrio para o Japão é manter relações aliadas especiais com os EUA […], mas não por oposição à China ou confrontação aberta com ela, como anteriormente".
Embora mantenha relações com os EUA, o Japão ainda precisa de cooperar com a China em áreas onde compartilha interesses econômicos com Pequim, devendo estar atento à influência da China na região, destacou Su Hao.
"O Japão faz parte da cadeia de produção da economia da Ásia Ocidental, sendo assim, está ligado à China. Um confronto prolongado com a China não contribuirá para o desenvolvimento da economia japonesa. Há uma competição entre o Japão e a China, bem como contradições óbvias de segurança. O Japão não estará do lado da China, mas pode assumir uma posição relativamente prudente quando os EUA pedem para enfrentar a China", afirmou o especialista.
A preparação para a cúpula de dezembro, em Pequim, entre a China, o Japão e a Coreia do Sul está em andamento, segundo a agência Kyodo, citando fontes diplomáticas, que também afirmaram que a Coreia do Sul concordou em ajustar a agenda do presidente Moon Jae-in para a cúpula.
A reunião entre os três líderes pode ser uma oportunidade para Seul e Tóquio analisarem suas relações com os EUA e equilibrá-las, tendo em mente o triângulo China -Japão - Coreia do Sul.