'Fantasia de Hollywood': vice-almirante acalma ânimos sobre eventual conflito naval EUA-Rússia

EUA não deveriam abusar de exercícios perto das fronteiras da Rússia, visto que Washington subestima os riscos de tais manobras, escreve Lyle Goldstein, professor do Instituto de Pesquisa Marinha da China do Colégio Naval dos EUA.
Sputnik

Em artigo escrito para a revista National Interest, o professor aponta que ainda existem pelo menos 18.000 minas nas águas russas do mar de Azov, bem como ao longo da costa do mar Negro, deixadas depois da Segunda Guerra Mundial.

Razão para guerra?

Uma explosão acidental de um navio da OTAN em uma dessas minas poderia provocar um conflito naval com a Rússia, que pode se transformar em uma derrota total para as forças da Aliança Atlântica, acredita Goldstein.

"Em um conflito, obviamente, as forças da OTAN – com exceção da Turquia – no mar Negro constituiriam uma 'porta de entrada' – linguajar militar para uma força com algum valor político na 'fase zero', mas com uma pequena significância militar atual. Eles seriam destruídos nas primeiras horas da guerra", escreve o professor.

Segundo o professor, os EUA são sortudos porque, em conformidade com a Convenção de Montreux, seus porta-aviões não podem atravessar os estreitos turcos, pois, se atravessassem, seriam rapidamente destruídos por submarinos russos, sistemas de mísseis, lançadores de mísseis e aviões baseados no mar equipados com mísseis antinavio hipersônicos, como o novo complexo Kinzhal.

No artigo, Lyle Goldstein enfatiza que as chances dos Estados Unidos só poderiam ser melhoradas com a revisão da estratégia e início de intensivo desenvolvimento de armas submarinas e avançados veículos aéreos não tripulados.

Apenas fantasias

O ex-chefe do estado-maior da Frota do Mar Negro russa, vice-almirante Pyotr Svyatashov, comentou a previsão do professor americano Lyle Goldstein sobre a derrota da OTAN em caso de conflito naval com a Rússia.

"Mesmo que um navio seja atingido por uma mina, quais seriam as consequências? Talvez o navio receba um pequeno buraco, consertam o buraco e seguem em frente. Por que haveria guerra repentinamente?", indagou.

Para Pyotr Svyatashov, o professor americano é um "fantasista", e não um militar. "Hollywood! Suposições da categoria de jogos infantis", adicionou o vice-almirante, recomendando parar de fantasiar sobre guerra com a Rússia.

"Desencadear uma guerra – a mão deles [EUA] até coça. Eles não realizaram nenhuma desminagem de projétil inimigo em seu território. Mas nós sabemos qual é o cheiro da pólvora, e ouvimos explosões na terra e no mar. Em se tratando de vencedor [...] deve-se vencer a razão", concluiu Svyatashov.

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