Posição dos EUA sobre tratado START III destrói segurança internacional, opina analista

O desenvolvimento de mísseis de cruzeiro hipersônicos na Rússia põe em causa a extensão do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START III), afirma um funcionário da Casa Branca, citado pela agência Reuters.
Sputnik

No entanto, para o analista militar Aleksandr Perengiev, o trabalho de prorrogação do tratado deve continuar.

Em Washington, a conclusão sobre os desenvolvimentos russos foi feita após a tragédia durante um teste de um sistema russo de propulsão, no dia 8 de agosto. A inteligência americana acredita que um protótipo do míssil de cruzeiro nuclear Burevestnik tenha explodido durante os testes.

O Ministério da Defesa e a corporação russa Rosatom informaram que a explosão e posterior ignição ocorreram ao testar um motor de foguete de propulsor líquido em uma área militar na região russa de Arkhangelsk.

De acordo com uma fonte da agência Reuters que falou sob condição de anonimato, Washington não está preparado para dizer se se tratou de uma explosão nuclear, mas acredita que envolveu elementos radioativos.

Impacto negativo à segurança mundial

Durante entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o analista militar Aleksandr Perengiev comentou que é pouco provável que os EUA concordem com a prorrogação do tratado.

"A situação é tal que é improvável que Washington assine o tratado START III. Claro que isto destrói completamente todo o sistema de segurança internacional. Creio que, nas atuais circunstâncias, será necessário trabalhar na conclusão de alguns outros tratados - talvez tentar concluir tratados não em uma base bilateral, mas em uma base multilateral", opinou o analista.

"Até o momento, nove países possuem armas nucleares, cinco deles em uma base formal. Estes países estão desenvolvendo tecnologias de mísseis. Evidentemente, isto não tem um impacto positivo no sistema de segurança internacional como um todo. Esperemos poder chegar a um acordo e que outros Estados se juntem a nós", afirmou Perengiev.

No início de agosto, o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) foi suspenso, com Washington se retirando unilateralmente do acordo e acusando Moscou de violação de longa data do documento. A Rússia nega todas as acusações.

O único tratado de limitação de armas em vigor neste momento entre Moscou e Washington é o START III, que foi assinado em 2010. O acordo expira em fevereiro de 2021 e ainda não foi oficialmente prorrogado pela Casa Branca.

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