Representantes de Pyongyang se encontraram com uma delegação oficial chinesa em Pequim logo após os testes de mísseis da Coreia do Norte. Neste encontro, os representantes coreanos foram liderados Kim Su-gil, diretor do Gabinete Político Geral do Exército Popular da Coreia.
Segundo informações da mídia após o encontro, o general chinês assegurou a Kim Su-gil esperar que as relações entre a China e a Coreia do Norte se reforcem no futuro.
"O Exército de Libertação do Povo Chinês está pronto para trabalhar com a Coreia do Norte para implementar o importante consenso alcançado pelos líderes de nossas nações", disse o general Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central da China.
Ademais, ele assegurou que Pequim "está pronto a contribuir para a paz e estabilidade da região junto com Pyongyang". Em resposta, o oficial norte-coreano disse que seu país aspira a expandir os laços militares e a trocar experiências com seu vizinho.
Início de maior colaboração?
Em junho deste ano, Xi Jinping foi o primeiro líder chinês a visitar a Coreia do Norte nos últimos 14 anos. As conversações entre ele e Kim Jong-un deram um novo impulso às relações entre os aliados históricos, que se complicaram nos últimos anos por causa dos testes de armas nucleares realizados por Pyongyang.
Além da atividade dos EUA na região, que preocupa os dois países, a China a e Coreia do Norte são ligadas pelo tratado de 1961, que obriga os países a se apoiarem mutuamente no caso de ataques do exterior. Pequim e Pyongyang têm adversários geopolíticos comuns, tais como o Japão e a Coreia do Sul.
Cooperação entre Washington e Seul
Nesta sexta-feira, Pyongyang lembrou os EUA e a Coreia do Sul que o país não tolerará os seus exercícios militares conjuntos, que continuam apesar das intenções positivas exprimidas pelo presidente Trump nas conversações sobre a desnuclearização da Coreia.
O país declarou que nenhumas conversações podem prosseguir a menos que os exercícios parem. Além disso, Pyongyang chamou o líder sul-coreano, Moon Jae-in, de "homem imprudente" que "menciona 'conversas' entre Norte e Sul enquanto realiza cenários de guerra que podem destruir a maioria de nossos exércitos em 90 dias".
Intervenção dos EUA nos assuntos da China
Pequim também critica o envio de navios e aviões norte-americanos ao mar do Sul da China, área onde Pequim têm pretensões territoriais, considerando a implantação de armamento estadunidense uma violação da soberania chinesa.
Entre as questões controversas está também o problema da venda de armas pelos EUA à ilha de Taiwan, assim como o apoio militar dado por Washington aos manifestantes antigovernamentais em Hong Kong.
Às acusações de Mike Pompeo de Pequim tentar "redesenhar o Pacífico segundo a sua imagem autoritária", a China respondeu que as tentativas do dirigente norte-americano de "manchar" o governo e "semear o discórdia" na região estão destinadas a falhar.