Esta opinião foi partilhada pelo governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, durante um discurso que decorreu na sexta-feira (23).
"Se a cota-parte de comércio faturada em SHC [Moeda Hegemônica Sintética] aumentar, os choques nos EUA teriam repercussões menos potentes através das taxas de câmbio, e o comércio entre os países se tornaria menos sincronizado", disse Carney.
Alem disso, reduzir a influência do dólar norte-americano no ciclo financeiro mundial, "ajudaria a diminuir a volatilidade dos fluxos de capitais para as economias dos mercados emergentes", acrescentou Carney.
"A influência do dólar poderia baixar igualmente se a arquitetura financeira mundial se desenvolvesse em torno de uma nova [moeda digital], o que poderia pôr fim à hegemonia da moeda norte-americana nos mercados de crédito em todo mundo", destacou Carney.
A tecnologia pode quebrar os atuais efeitos de rede que protegem o dólar, explicou, observando que um número crescente de transações ocorrem on-line e usam pagamentos eletrônicos em vez de dinheiro, sublinhou o dirigente do Banco Central do Reino Unido, escreve The Guardian.
Em meio à política de desdolarização, em abril de 2019 o Banco Central russo se livrou de títulos da dívida pública dos EUA no valor de 1,6 bilhão de dólares, reduzindo seus investimentos nesse ativo em cerca de 87% em apenas um ano.