Empresa farmacêutica dos EUA pode pagar US$ 12 bilhões em acordo por epidemia de opioides

A Purdue Pharma e milhares de governos estaduais e municipais que processam o OxyContin pela crise de opioides dos Estados Unidos estão negociando um acordo de US$ 10 bilhões a US$ 12 bilhões.
Sputnik

O acordo também pode tirar a família Sackler do controle da empresa. 

A proposta prevê que os Sacklers contribuam com US$ 3 bilhões de seu próprio dinheiro, e a empresa solicitaria a bancarrota do Capítulo 11 e se transformaria em um "fundo de beneficiário público", com todos os lucros das vendas de drogas indo para os reclamantes legais. Os termos do possível acordo foram fornecidos pelo New York Times.

Além disso, a Purdue Pharma forneceria ao público seu tratamento para dependência química, e a família Sackler venderia outra empresa farmacêutica, a Mundipharma, o que acrescentaria US$ 1,5 bilhão ao acordo, disse o Times.

As negociações do acordo envolvem mais de 2 mil ações judiciais contra a empresa e outros participantes da indústria de analgésicos por conta da epidemia de overdose de opioides, responsável por matar mais de 400 mil pessoas nos EUA desde 2000.

O primeiro julgamento federal sobre o tema está programado para começar em Cleveland em dois meses.

A empresa Purdue foi escalada por advogados e especialistas em vícios como um dos principais vilões da crise. Embora seus analgésicos representem uma parte muito pequena do mercado de opioides, os processos acusam a companhia de desempenhar um papel central na criação da demanda pelas drogas ao minimizar os riscos de dependência do OxyContin e pressionar os médicos a prescrevê-lo.

Os membros da família Sackler são grandes filantropos que deram dinheiro a instituições culturais em todo o mundo, incluindo a Smithsonian Institution, o Metropolitan Museum of Art de Nova York e o Tate Modern de Londres. Mas nos últimos meses, as instituições estão sob pressão para cortar os laços com os Sacklers e tirar o nome da família de suas paredes.

Comentar