No final de agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Brasil elevou seu Produto Interno Bruto (PIB) em 0,4% no segundo trimestre de 2019, em comparação com os três primeiros meses do ano. No entanto, a taxa de investimento no país ainda segue muito baixa.
A economista Juliana Inhasz, coordenadora de graduação do Curso de Economia do Insper, em entrevista à Sputnik Brasil observou que a agenda de reformas e tornar o agronegócio mais atrativo podem ser fatores importantes para retomar crescimento econômico.
"A expectativa dos investidores ainda é muito reticente sobre qual é a condição da economia daqui pra frente. Isso faz com que de fato ninguém queira apostar. Quando a gente olha o cenário não só doméstico, mas no cenário externo, a gente ouve investidores muito perspicazes que percebem que existem economias com oportunidades igualmente boas ou até melhores do que aqui, com um retorno que não é pouco, e ainda assim com uma capacidade de crescimento boa ao longo do tempo. Hoje o Brasil não consegue oferecer esta segurança", analisou.
De acordo com ela, a aplicação das reformas no Brasil representa uma forma de o país reverter o quadro de que Brasil não é o lugar ideal para investir.
"Eu acho que hoje o governo depende muito da reforma da Previdência para conseguir sinalizar para o exterior que esse país pode ser um lugar interessante para investir", afirmou.
Ao comentar em quais áreas o Brasil pode se tornar mais atraente para o investidor estrangeiros, a economista observou que o agronegócio é um setor muito interessante, além dos setores de infraestrutura e petróleo e gás.
"Realmente os principais setores para investimento acabam ficando com petróleo e gás e infraestrutura. São os setores, principalmente infraestrutura, que mais carecem de investimento, e é um setor que a gente sabe que existe um ganho de longo prazo muito interessante", declarou.
"Mas tem outros setores, acho que o setor agro é muito interessante. Sem dúvida é atraente [para o investidor externo], porque é onde o Brasil tem a maior vantagem competitiva, dado seu clima, seu relevo, sua expertise na produção. Então a gente tem muita vantagem no agro. E eu acho que o Brasil deveria apostar bastante nisso. De alguma forma tentar tornar os investimentos em agronegócio mais atraentes", acrescentou Juliana Inhasz.