O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia conversado com o presidente Jair Bolsonaro no dia 26 de agosto e prometido ajuda para apagar o fogo que atinge a floresta há semanas.
"A delegação, prevista para embarcar para o Brasil na noite desta terça-feira, fornecerá assistência e conhecimento profissional para as autoridades brasileiras, incluindo autoridades do governo, militares e bombeiros que estão combatendo o fogo", informou o Ministério das Relações Exteriores de Israel. A equipe israelense é composta por 11 pessoas de uma brigada especializada em incêndios florestais e deverá chegar em solo brasileiro no início da manhã de quarta-feira (4).
Desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelou que entre janeiro e 19 de agosto houve um aumento de 83% nos incêndios na região em comparação com mesmo período do ano passado, o Brasil sofre severas críticas e pressão de várias partes do mundo para mitigar o problema. No dia 1° de setembro, o Instituto anunciou mais dados negativos: agosto de 2019 registrou 30.901 queimadas, contra 10.421 do mesmo mês do ano passado. É o pior mês para a Amazônia desde 2010.
O Brasil vem sofrendo ameaças de cortes no financiamento internacional destinado à conservação da floresta e rejeitou R$ 20 milhões oferecidos pelo G7 (grupo das sete nações mais ricas do mundo) para combater os incêndios. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, acusa líderes de outros governos de tentarem se intrometer em assuntos internos, especialmente países europeus. Ele chegou a afirmar que ONGs tinham iniciado os incêndios na floresta e bateu boca com o presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a questão.
Ao mesmo tempo, Brasília sempre manteve as portas abertas para Estados Unidos e Israel, com quem o governo Bolsonaro tem ótimas relações. O presidente americano, Donald Trump, também prometeu destinar recursos para o governo brasileiro combater os incêndios. Por outro lado, o mandatário brasileiro, após conversar no dia 30 de agosto com a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que o Serviço Europeu de Ação Externa teria sido mobilizado para avaliar a situação das queimadas na América do Sul.
Na semana passada, Israel afirmou que enviaria ao Brasil toneladas de um composto químico que diminui a força do fogo. No entanto, esse material não está incluído na ajuda destinada agora. Uma explicação seria o alto custo para transportá-lo. Em janeiro, as Forças de Defesa de Israel mandaram uma equipe para auxiliar nos resgates das vítimas da tragédia em Brumadinho (MG) após o rompimento de uma barragem da Vale.