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Especialista critica falta de legislação para incêndios em hospitais no Rio de Janeiro

A legislação do Rio de Janeiro sobre combate a incêndios é genérica e não menciona hospitais, alertou o engenheiro Carlos Henrique dos Santos, especialista na prevenção de acidentes, em entrevista para a Sputnik Brasil.
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"A legislação é muito genérica, abrange qualquer tipo de edificação. Algumas falam sobre sistema de escape, saídas de emergência, sinalização, mas não falam absolutamente nada sobre hospitais. A Anvisa criou uma legislação própria, mas que é somente uma normativa, uma regulamentação interna para os hospitais, mas nem todos se adequam", afirmou o instrutor da Universidade do Texas para prevenção de grandes incêndios em áreas industriais.

Na noite de quinta-feira, um incêndio atingiu o Hospital Badim, no Maracanã, no Rio de Janeiro, deixando 11 pessoas mortas. O fogo foi causado por um curto circuito em um dos geradores da unidade. Todas as vítimas fatais eram pacientes e idosos. As mortes ocorreram por asfixia e desligamento de aparelhos.

Segundo Carlos Henrique dos Santos, outra falha da legislação do Rio de Janeiro é a não obrigatoriedade de permanência de um bombeiro civil dentro de hospitais.

Prevenção é negligenciada

Além disso, o especialista avalia que falta uma política de prevenção contra incêndios mais forte. "O primeiro passo é a conscientização, as pessoas se prendem apenas aos sistema de combate a incêndio e detecção e alvará de funcionamento, mas esquecem a prevenção, que é o que vai evitar o incêndio, através do treinamento", afirmou o engenheiro.

O instrutor também ressalta a importância das unidades hospitalares terem mecanismos de controle de fumaça com presença de exaustores, e não apenas sistemas de detecção de fogo e chuveiros automáticos, “Não existe controle de fumaça, o que é muito importante, principalmente num incêndio como o do Badim, no qual a maior parte das mortes foi por asfixia”, disse.  

Santos argumenta ainda que todas as pessoas que trabalham numa instituição de saúde precisam ser treinados, não somente parte dos funcionários. "Um incêndio em um hospital é extremamente complicado. Por isso, 100% da população local deveria passar por treinamento, para saber o que fazer na hora da emergência, dar o primeiro combate, quem vai sair primeiro no escape, ter recursos necessários para tirar as pessoas, principalmente da UTI", afirmou.

No caso específico do Badim, ele disse que não havia equipes preparadas para dar o primeiro combate ao fogo. "Normalmente um incêndio começa com um curto e então vai evoluindo. Ali não tinham pessoas capazes de evitar isso, as pessoas que estavam no local, enfermeiros, técnicos, médicos, talvez não soubessem como fazer isso", opinou.

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