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Foi o pior dia da minha vida, diz dono de creche que abrigou 50 pacientes do Hospital Badim

O incêndio no Hospital Badin, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na noite desta quinta-feira (12), fez com que vizinhos precisassem formar uma rede de apoio aos funcionários da unidade de saúde.
Sputnik

O dono da creche 'Criando com Arte', Darci Martins, localizada em frente ao Hospital Badim, contou à Sputnik Brasil que precisou abrigar mais de 50 pacientes que estavam na Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital.

"Eu tenho uma creche localizada na frente do hospital, por volta de 17h30 a gente viu a fumaça, porém não achou que fosse grave. Daí umas 18h30, a chefe do CTI me ligou pedindo para que eu abrisse a creche porque o hospital estava pegando fogo e eles precisavam evacuar o CTI", contou.

Ele disse que além do paciente estavam presentes bombeiros, enfermeiros, auxiliares de limpeza e outras funcionários do hospital que auxiliavam no resgate do incêndio.

"Eu abriguei uns 50 pacientes, o prédio do lado abrigou mais uns 50 na garagem. Isso sem contar bombeiro, enfermeiro, defesa civil. Foi a pior coisa que eu passei na minha vida", recorda.

Foi o pior dia da minha vida, diz dono de creche que abrigou 50 pacientes do Hospital Badim

Darci Martins disse que sua creche acabou sendo transformada em um Centro de Terapia Intensiva.

"A creche virou uma CTI. Eles trouxeram aparelhos, respirador, monitor cardíaco, bomba de oxigênio, todos os moradores do prédio do lado desceram dando água. Tinha muita fumaça e todo mundo fez uma corrente para se ajudar", disse.

Os pacientes ocuparam a creche por aproximadamente três horas e foram sendo aos poucos levados a outros hospitais.

"Onze horas da noite o último paciente foi transferido e a gente ficou a madrugada toda fazendo a limpeza da creche e estamos limpando até agora", contou Darci Martins por telefone.

O episódio fez com que as aulas desta sexta-feira (13) tiveram que ser suspensas.

"As aulas foram suspensas, os pais entenderam, se solidarizaram, deram apoio", completou Denis.

Cenas que vi jamais serão esquecidas, diz vizinha do hospital

A jornalista Alessandra Ceroy escreveu um depoimento no Facebook em que relata o que sentiu ao testemunhar o incêndio que atingiu o hospital. 

"Eu moro no prédio que ontem abrigou muitos que estavam no Badim. Eram internados, enfermeiros, médicos e familiares espalhados na minha garagem. E o cenário era muito triste, além do extremo pavor de todos", escreveu. 

Alessandra Ceroy contou que o cenário entre os enfermeiros, pacientes e bombeiros era de desespero.

"Aqui, estamos todos bem. Mas as cenas que vi ontem jamais serão esquecidas. Meus olhos se enchem de lágrimas pelos enfermeiros que estavam desesperados tentando ajudar seus doentes, pelos familiares que não encontravam informações sobre quem estava internado ou morto, e pelos doentes que estavam perdidos, passando mal e com olhar de pavor", disse.

O incêndio no Hospital Badim deixou ao menos 10 pacientes mortos.

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