Existência de buracos negros medianos pode ser comprovada por estrela 'fugitiva'

Cientistas rastrearam o percurso de uma estrela "fugitiva" que está se movendo a alta velocidade e em direção contrária à rotação de nossa galáxia.
Sputnik

A equipe de cientistas identificou a origem da estrela PG 1610+062 e determinou que esta provavelmente foi "expulsa" de seu local de origem, o braço de Sagitário-Carina da Via Láctea, a uma velocidade de 550 quilômetros por segundo, devido a um buraco negro de tamanho médio, segundo o novo estudo publicado pela revista Astronomy&Astrophysics.

Existência de buracos negros medianos pode ser comprovada por estrela 'fugitiva'

Anteriormente, se considerava que a PG 1610+062 era uma estrela antiga com metade da massa do Sol. Entretanto, o Observatório Keck dos EUA revelou que a estrela é, na verdade, jovem e possui dez vezes mais massa que o Sol.

Além disso, ela não é uma estrela de hipervelocidade que atinja velocidades superiores a mil quilômetros por segundo, nem teria sido ejetada pelo buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea.

Com a ajuda das medições de alta precisão astrométrica da sonda Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), a origem da PG1610+062 foi atribuída ao braço Sagitário- Carina da nossa galáxia, o que exclui a possibilidade de que a estrela "fugitiva" fosse ejetada pelo buraco negro supermassivo central.

Ao mesmo tempo, outros métodos possíveis de ejeção de estrelas, como interações gravitacionais em aglomerados estreitos de estrelas ou supernova de uma estrela em um par binário, não são poderosos o suficiente para oferecer tal impulso, principalmente porque a PG 1610+062 está se movendo na direção oposta à rotação da galáxia.

Com isso, os pesquisadores concluem que essa estrela teria sido ejetada por um daqueles buracos negros de massa intermediária, cuja existência ainda não está comprovada.

"A PG 1610+062 pode fornecer evidências de que os buracos negros de massa intermediária podem existir em nossa galáxia [...]", afirmou o autor do estudo, Andreas Irrgang, conforme cita o portal Phys.org.

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