Robôs 'assassinos' podem causar atrocidades massivas, alerta ex-engenheira do Google

Uma nova geração de armas autônomas que utilizam inteligência artificial (IA) poderia acidentalmente provocar uma guerra ou causar "atrocidades massivas", adverte a ex-engenheira de software do Google, Laura Nolan.
Sputnik

Em declarações, citadas pelo The Guardian, a cientista da computação apontou para o risco de que essas tecnologias se comportem de maneira inesperada.

Em 2018, Nolan renunciou ao Google em protesto contra a sua participação no Projeto Maven, que visa ajudar o Pentágono a melhorar as suas tecnologias de vigilância aérea usando aviões não tripulados.

Ao contrário dos drones, que são controlados por equipes militares, muitas vezes a milhares de quilômetros de distância do local onde a arma voadora está sendo implantada, Nolan disse que as armas autônomas, referidas por ela como "robôs assassinos", têm o potencial de fazer "coisas calamitosas para as quais não foram originalmente programadas".

Mudança ética na guerra

"Como é que uma máquina de matar que está lá fora, voando sozinha, distingue entre um combatente de 18 anos e um [jovem] de 18 anos que está caçado coelhos?", questiona Nolan.

"Não estou dizendo que os sistemas de mísseis guiados ou sistemas de defesa antimíssil devem ser proibidos. Afinal de contas, eles estão sob total controlo humano e alguém é, em última análise, responsável. No entanto, estas armas autônomas são uma mudança tanto ética como tecnológica na guerra", complementa.

A engenheira afirma que "pode haver acidentes em grande escala", porque esses sistemas robotizados podem começar a se "comportar de maneira inesperada".

Robôs 'assassinos' podem causar atrocidades massivas, alerta ex-engenheira do Google

"Muito poucas pessoas estão falando sobre isso, mas se não tivermos cuidado uma ou mais dessas armas, esses robôs assassinos, podem acidentalmente iniciar uma guerra repentina, destruir uma usina nuclear e causar atrocidades em massa", alerta a cientista.

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