Na quarta-feira (18), durante uma conferência da Força Aérea dos EUA, o secretário de Defesa dos EUA comentou que a Rússia tem efetivamente demonstrado nos últimos anos que está conduzindo "guerras indiretas, híbridas e de zona cinzenta", citando como exemplo os acontecimentos na Crimeia e na Ucrânia, sem especificar o que queria dizer com isso.
"Isso sugere, creio eu, que eles [os russos] sabem que não querem e não podem nos confrontar em uma guerra convencional, e por isso estão buscando diferentes maneiras de nos desafiar, de competir estrategicamente em um nível inferior ao do conflito armado direto", declarou Esper.
"Esta é uma nova forma de guerra. Quero dizer, isso é em grande medida, no mínimo algo para o qual não estamos preparados e para o qual devemos nos preparar. Então, ao olharmos como preparamos nossos planos, nossos planos de campanha para esses diferentes cenários, estamos tentando chegar agora à competição estratégica abaixo desse nível", complementou.
'Guerra por procuração'
O secretário de Defesa americano ressaltou que isso se aplica não só aos militares, mas também a outras agências dos EUA, que devem "mudar essa situação estratégica, realizar campanhas de informação e assim por diante".
"Somos muito bons em operações militares, mas estamos entrando nessa zona cinzenta, quando nos afastamos do conflito habitual, e isso se torna um teste para nós", resumiu o chefe do Pentágono.
A "guerra indireta", ou "guerra por procuração", é um conflito onde os participantes diretos têm por trás jogadores maiores.
A Ucrânia e uma série de países ocidentais acreditam que Moscou está interferindo nos assuntos ucranianos e que é parte no conflito de Donbass. A Rússia nega esta afirmação e considera tais acusações inaceitáveis, afirmando repetidamente que não é parte no conflito interno da Ucrânia e que não está envolvida nos acontecimentos no sudeste do país, além de não apoiar as milícias e não enviar tropas para Donbass.