"O papel de Bolsonaro em relação aos Estados Unidos é uma coisa humilhante [...] é de total submissão, isso não é bom para o Brasil, não é bom para Bolsonaro na verdade. Ninguém gosta de quem não respeita, ninguém ele gosta de lambe botas", afirmou em entrevista ao site Opera Mundi.
Lula também criticou a decisão do ex-capitão do Exército de indicar informalmente o seu filho Eduardo Bolsonaro, atual deputado federal, como embaixador do Brasil nos Estados Unidos – oficialmente, a indicação ainda precisa ser levada ao Senado.
"Eu, sinceramente, não vejo nenhuma preparação política para o filho de Bolsonaro ser essa pessoa [embaixador]. Bem, se ele quer se curvar com as consequências, assumi-las, é o Senado que, em última análise, investigará, vai pedir que um hambúrguer seja frito lá dentro no Senado", avaliou.
Lula aludiu ao fato de Eduardo Bolsonaro ter trabalhado nos Estados Unidos em um restaurante fritando hambúrgueres, algo que ele e seu pai argumentaram, brincando, como méritos para o cargo.
Tão logo receba oficialmente a indicação, o Senado terá que votar se dará ou não o sinal verde à nomeação, que no momento não foi formalizada na ausência de reunir apoio suficiente entre os senadores.
Lula também disse que seria bom que o senador democrata Bernie Sanders, favorável à libertação de Lula da prisão, ganhasse a presidência dos Estados Unidos em 2020, mas ponderou que não tem um candidato favorito.
"Se Bernie Sanders vencesse a eleição, seria ótimo. Eu não conheço as pessoas, então não posso apostar em outro país", disse Lula.
O líder do PT fez essas declarações da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde está preso desde abril do ano passado, cumprindo pena de oito anos e dez meses de prisão por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.