NASA pretende enviar foguetes nucleares para Lua com fim de reduzir viagem a Marte

A NASA iniciou pesquisas sobre propulsão nuclear nos anos 60, mas abandonou a ideia porque a era Apollo estava em pleno andamento e por causa do tremendo custo dos testes do reator.
Sputnik

No entanto, a ideia vem ganhando força desde que Trump anunciou o prazo ambicioso para retorno à Lua em 2024 e, finalmente, o outro alvo há muito desejado – Marte.

A história do nuclear e da exploração cósmica abrirá um novo capítulo a poucos passos da bancada de testes de Redstone, em um dos cantos do Centro de Voos Espaciais Marshall da NASA, onde em 1958 o foguete Redstone tornou-se o primeiro a detonar uma arma nuclear antes de, três anos depois, levar o primeiro americano para o espaço.

Desta vez o objetivo da NASA é um pouco diferente, tendo ela encarregado seus engenheiros, liderados pelo físico Bill Emrich, de construir o primeiro motor de foguete movido a fissão nuclear, e esperando que ele seja duas vezes mais eficiente do que as alternativas químicas que alimentam a maior parte dos foguetes atualmente.

Talvez se possa argumentar que as viagens espaciais são perigosas em si mesmas, sem necessidade de preocupação com as repercussões nucleares, mas para as missões humanas à Lua e a Marte, já programadas pela Casa Branca, tais riscos podem ser inevitáveis.

Nave espacial com motor nuclear

Pode dar um certo alívio o fato de os reatores nucleares não arrancarem diretamente na plataforma de lançamento, mas sim no espaço, depois que um foguete de propulsão química convencional coloque a nave espacial movida a energia nuclear em órbita.

Acredita-se que a quantidade de energia produzida por esses reatores seja capaz de sustentar postos avançados humanos em outros mundos, bem como diminuir o tempo de viagem para Marte em quase metade.

Enormes quantidades de eletricidade

Para alcançar o objetivo, Emrich e sua equipe têm simulado as condições extremas dentro de um motor nuclear de foguete no Centro de Voos Espaciais Marshall usando enormes quantidades de eletricidade, "como em um grande forno de micro-ondas", em vez de desencadear uma reação de fissão dispendiosa, como fez a NASA nos anos 60.

O objetivo é garantir que o reator projetado resista ao seu próprio calor e seja capaz de operar em temperaturas extremas de cerca de 2.200 graus Celsius.

O projeto, com a abreviatura de NTREES – Nuclear Thermal Rocket Element Environmental Simulator – foi mais tarde integrado em um programa mais abrangente para estudar como um motor nuclear poderia ser integrado ao Space Launch System, o foguete de última geração da NASA.

O aspecto financeiro também foi tratado com sucesso, com pesadas somas destinadas a todos os estágios do empreendimento da propulsão nuclear: em 2017, a NASA concedeu à BWX Technologies um contrato de US$ 19 milhões por três anos para desenvolver os componentes do combustível e reator necessários para um motor nuclear, enquanto nos últimos dois anos o Congresso destinou um total de US$ 225 milhões no orçamento da NASA para esse fim.

Primeiro motor nuclear

Por enquanto, a NASA está se esforçando para revisar seus regulamentos para tornar possível o lançamento de motores nucleares.

Em agosto deste ano, um memorando da Casa Branca exigiu que a NASA desenvolvesse os protocolos de segurança respectivos, o que pode colocar o primeiro motor nuclear no espaço já em 2024 – o prazo estabelecido no início deste ano pelo presidente Trump para que os astronautas americanos retornassem à Lua, décadas depois das bem-sucedidas missões Apollo e antes do objetivo final de colocar um pé em Marte.

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