Na semana passada, Teerã exigiu que potências ocidentais saíssem militarmente da região do golfo Pérsico, alegando que a presença militar dos EUA e do Reino Unido dentro e ao redor do golfo só complica a relação entre os países da região, como, por exemplo, Irã e Arábia Saudita.
O processo silencioso de transferência do comando de operações regionais de Al Udeid para a Base Aérea Shaw, na Carolina do Sul, a mais de 11.500 km, trata-se da primeira retirada norte-americana em mais de uma década de um centro de comando e controle da região de instalação.
O subcomandante do Comando Central da Força Aérea dos EUA, general Chance Saltzman, comentou a mudança, dizendo que "as funções que o CAOC providencia à Força Aérea são tão críticas e essenciais que não podemos nos dar ao luxo de ter um único ponto de falha".
A operação de sábado acabou sendo a primeira em 13 anos em que a principal base dos EUA no Qatar não foi o foco de comando de centenas de drones, aviões de combate, bombardeiros e outras aeronaves dos EUA que operam regularmente em conformidade com o Comando Central dos EUA (USCENTCOM), um comando militar que se estende do Egito, Sudão e Quênia a oeste e do Afeganistão e Paquistão a leste, e que inclui Irã, Iraque e Arábia Saudita.
Tensões após ataques a refinarias sauditas
As tensões entre o Irã e os Estados Unidos estão aumentando desde maio, quando os norte-americanos anunciaram reforço militar no Oriente Médio em meio à "ameaça" não especificada aos interesses dos EUA na região.
Desde então, a região do golfo Pérsico tem enfrentado uma série de ataques de petroleiros, apreensões de navios e tiroteios com drones, com os EUA e o Irã culpando um ao outro pela escalada de tensões.
As tensões voltaram a aumentar no início deste mês, com ataques a refinarias sauditas, que reduziram temporariamente produção de petróleo da Arábia Saudita.