Como a British Petroleum perdeu tanto dinheiro no Brasil?

Depois de anos de investimentos no Brasil, a experiência da petroleira British Petroleum evidenciou dúvidas e frustrações com o pré-sal brasileiro.
Sputnik

O Brasil é sem dúvida um dos países prediletos para a exploração de petróleo em bacias marinhas. Em janeiro de 2017, o país abrigava 198 plataformas de petróleo, das quais 82% estavam ativas.

Em busca de novos pontos de exploração, a companhia britânica British Petroleum decidiu investir milhões de dólares na busca de petróleo rentável no bloco de Peroba, localizado no pré-sal da Bacia de Santos.

Logo na perfuração do primeiro poço, o que pode ter custado aproximadamente US$ 150 milhões (cerca de R$ 620 milhões), as esperanças não se justificaram. Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), foram encontrados somente dióxido de carbono e gás natural.

Embora o gás natural seja um dos combustíveis mais cobiçados do mundo, sua exploração a partir de grandes profundidades daria um lucro mínimo. Sendo assim, enquanto em Peroba não se achar petróleo, o campo não deverá gerar riquezas.

"O pré-sal é bom, mas não é um mar de petróleo, e existem ainda riscos", disse Marcelo de Assim, presidente da divisão para a América Latina da consultoria Wood Mackenzie Ltd. à Bloomberg.

O especialista adicionou que "todo o trabalho está focado no petróleo".

Apesar da pouca informação publicada sobre o bloco de Peroba, é sabido que as pesquisas continuam na região.

Esforços em vão?

Enquanto as rivais Royal Dutch Shell Plc e a Equinor ASA fazem lucro com a exploração de petróleo no Brasil, a BP não obteve sucesso na busca de petróleo na Bacia Amazônica, ainda nos anos 2000.

Em 2011, a empresa comprou por US$ 3,2 bilhões (cerca de R$ 13,3 bilhões) ativos da Devon Energy Corp. Com o negócio, a BP lucrou somente US$ 135 milhões (cerca de R$ 560 milhões) em 2013. Além disso, nenhum dos ativos comprados deu alguma produção para a BP.

Tudo perdido?

Apesar das decepções, a British Petroleum ainda tem muitas chances no Brasil. Em julho passado, a ANP aprovou o plano de exploração da empresa no bloco de Pau Brasil, na Bacia de Campos.

Além disso, a empresa conta com um total de 25 blocos, operando já em seis. No entanto, os investimentos devem ser feitos com muita calma.

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