Nesta segunda-feira, 30 de setembro, faz exatamente um ano que Rosiney deixou a cidade de Itajaí, em Santa Catarina, rumo a Portugal. "Ela chegou em Portugal no dia 1 de outubro do ano passado. Ela se formou em administração em Curitiba. Depois veio ajudar o pai na confecção dele em Itajaí. Ela só falava que ia procurar uma vida melhor", conta a irmã de Rosiney, Marilei de Oliveira, à Sputnik Brasil.
De acordo com Marilei, Rosiney foi primeiro para Lisboa, mas depois aceitou uma proposta de emprego em um restaurante na cidade de Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra, a 190 km da capital. "Ela sempre estava bem, feliz porque tinha conseguido um trabalho em um restaurante. Aqui no Brasil, ela tinha trabalhado muito em restaurante antes de se formar. Então as coisas estavam dando certo pra ela", conta a irmã.
Marilei diz que conversou pela última vez com Rosiney no dia 10 de novembro. “A partir do dia 14 ela não entrou em contato com mais ninguém da família, nem amigos”.
Denúncia
Com a falta de notícia, a família começou a divulgar o sumiço de Rosiney nas redes sociais. Outros brasileiros residentes na área de Coimbra tomaram conhecimento do caso e começaram a mobilizar as autoridades locais, como o consulado do Brasil no Porto, que atende a região. "O Consulado-Geral tomou conhecimento do desaparecimento da nacional Rosiney Trindade de Oliveira em 20 de dezembro de 2018, por meio de denúncia apresentada por cidadão brasileiro residente em Portugal. O cidadão alegou participar de um grupo de brasileiros em uma rede social no qual circulariam pedidos de ajuda dos familiares de Rosiney", informou à Sputnik Brasil o Cônsul-Adjunto, Fábio Simão Alves.
"O Consulado-Geral acionou a Adidância da Polícia Federal junto à Embaixada do Brasil em Lisboa, que passou a atuar junto às autoridades policiais portuguesas. O Consulado-Geral continua a acompanhar o caso, informando-se do andamento das investigações", completou o Cônsul- Adjunto.
Investigação
A Polícia Judiciária portuguesa assumiu as investigações. No mês de abril, cinco meses depois do desaparecimento de Rosiney, a imprensa do país noticiou que muitas pessoas já tinham sido ouvidas, que o caso não estava sendo tratado como desaparecimento voluntário, mas que não havia nenhum suspeito.
Em entrevistas, o dono do restaurante disse que Rosiney foi demitida no dia 13 de novembro por ter problemas com álcool e que, no dia seguinte, ela teria ido embora de forma espontânea, deixando pertences em malas. "Eles inventaram muita coisa que não tinha nada a ver com ela, esse tipo de coisa, droga, bebida, aquilo me deixou muito triste", garante a irmã, Marilei.
No início do mês de setembro, Marilei prestou depoimento na sede da Procuradoria da República em Itajaí. A ação é resultado do Procedimento de Cooperação Internacional vinculado à investigação aberta na comarca de Coimbra do Ministério Público de Portugal. "Não consigo dormir, não é fácil. O meu medo é que isso caia no esquecimento", diz Marinei.
A Sputnik Brasil procurou a Polícia Judiciária para falar sobre o caso e avanços nas investigações, mas não houve resposta.