Sucessos e desastres: a história dos primeiros submarinos nucleares do mundo

Em uma descrição histórica, a Sputnik conta os sucessos, experiências e problemas envolvendo os primeiros submarinos nucleares do mundo, o USS Nautilus e o soviético Leninsky Komsomol.
Sputnik

Submarinos nucleares são máquinas lendárias que já foram temas de muitos filmes. Além disso, essas fortalezas submarinas podem proporcionar grande vantagem na guerra e também causar dores de cabeça para os almirantes.

Fundo histórico

Desde a Primeira Guerra Mundial que os submarinos se tornaram instrumento importante na luta contra o inimigo. Uma vez debaixo d'água, o submarino se torna "invisível", tendo grande vantagem no combate.

Apesar das vantagens, o submarino também possui fragilidades. Durante a Segunda Guerra Mundial, os submarinos de propulsão diesel-elétrica não podiam ficar muito tempo debaixo da superfície. Para repor a carga do motor elétrico, usado durante a navegação submarina, a embarcação precisava emergir.

Além disso, os níveis de oxigênio também caíam com facilidade, fazendo com que o submarino não pudesse ficar muito tempo submerso.

Solução nuclear

Para lidar com o problema, os engenheiros navais pensaram criar, ainda na década de 1930, um reator nuclear para submarinos. Esta seria a solução para que a embarcação não tivesse que emergir muitas vezes.

Sucessos e desastres: a história dos primeiros submarinos nucleares do mundo

Apoiando a ideia, o Congresso dos Estados Unidos aprovou nos anos 50 a alocação de US$ 37 milhões para a construção do primeiro submarino nuclear do mundo, o USS Nautilus. Em 1954, o navio desceu às águas no estado americano de Connecticut.

Além da propulsão nuclear, o navio possuía tanques de lastro, compartimentos e equipamentos diferentes.

Sua velocidade máxima era de 20 nós. Em caso de acidente, a embarcação contava com dois geradores a diesel.

A tripulação era de 100 marujos e 11 oficiais. Ao todo, a embarcação carregava 24 torpedos e atingia a profundidade máxima de 200 metros.

Defeitos e acidentes

Apesar da inovação tecnológica, o submarino era muito barulhento. As turbinas faziam tanto ruído que, a uma velocidade de 4 nós, o operador do sonar tinha dificuldade de ouvir o ambiente submarino.

Além disso, o Nautilus envolveu-se em acidentes mais que uma vez. Em uma tentativa de emergir no Polo Norte, o submarino quebrou seu periscópio ao se chocar com uma espessa camada de gelo em 1957.

No ano seguinte, o Nautilus finalmente se tornou o primeiro submarino a chegar ao Polo Norte.

Resposta soviética

Em 1961, a União Soviética lançou seu primeiro submarino nuclear, o Leninsky Komsomol. Com velocidade máxima de 30 nós e atingindo uma profundidade de 300 metros, a embarcação tinha capacidades técnicas superiores ao rival americano.

Além disso, sua tripulação de 104 marinheiros podia passar dois meses sem ir ao porto, duas vezes mais que o Nautilus.

Sucessos e desastres: a história dos primeiros submarinos nucleares do mundo

Inicialmente, os soviéticos planejaram usar o Leninsky Komsomol para atacar bases navais americanas com torpedos nucleares.

No entanto, mudanças no projeto armaram o submarino com 20 torpedos comuns, disparados por oito tubos. O submarino carregava ainda seis torpedos atômicos.

Façanhas e tragédia

Em 1962 a embarcação realizou uma viagem muito arriscada ao Ártico. O objetivo era emergir em uma área coberta de gelo. A espessura da camada de gelo chegava a 25 metros. No entanto, o Leninsky Komsomol cumpriu sua missão com absoluto sucesso em 17 de julho, emergindo na região do Polo Norte.

Além dos sucessos, também ocorreram problemas. Em 8 de setembro de 1967, um incêndio em dois compartimentos do submarino tirou a vida de 39 submarinistas.

Felizmente nenhum dos torpedos explodiu. A embarcação conseguiu voltar à base em total autonomia.

Sucessos e desastres: a história dos primeiros submarinos nucleares do mundo

As experiências obtidas pelas tripulações de ambos os submarinos deram grande contribuição para as forças navais tanto dos EUA quanto da União Soviética.

Embora tanto o Nautilus como o Leninsky Komsomol não naveguem mais, a histórica bravura de suas tripulações ainda inspira os submarinistas de hoje.

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