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Tereza Cristina retoma na Europa cruzada em defesa do agronegócio brasileiro

Em meio a uma série de desentendimentos internacionais por conta da Amazônia e de outras pautas polêmicas, o governo brasileiro concentra esforços para garantir a estabilidade e o aumento das exportações agropecuárias.
Sputnik

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, representará o Brasil, a partir de amanhã, na maior feira de alimentos e bebidas do mundo, a Anuga, que segue até a próxima quarta-feira, 9, em Colônia, na Alemanha, onde deve se reunir com a ministra federal da Alimentação e da Agricultura do país europeu, Julia Klockner.

O evento, realizado a cada dois anos, será uma importante oportunidade de negócios para o setor. Capitaneadas pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), cerca de 100 empresas nacionais devem marcar presença nesta 100ª edição da feira, expondo e vendendo seus produtos. 

Depois de visitar a Alemanha, a ministra Tereza Cristina seguirá para a Suíça, onde encontrará representantes de países interessados nos temas agrícolas na Organização Mundial do Comércio (OMC). Essas viagens fazem parte de um esforço do governo para normalizar e talvez ampliar o alcance dos produtos agropecuários brasileiros em meio a um mal-estar internacional generalizado provocado por algumas atitudes da atual administração.

Os imbróglios incluem a irritação de países árabes e muçulmanos com a intenção brasileira de transferir sua embaixada em Israel para a disputada cidade de Jerusalém e críticas e boicotes por parte de parceiros europeus insatisfeitos com o acentuado aumento no uso de agrotóxicos no Brasil e com a maneira como o governo de Jair Bolsonaro vem lidando com a questão indígena e com os desmatamentos e queimadas pelo país. 

​"A primeira preocupação da Tereza Cristina também é cuidar do que poderíamos chamar de fogo amigo, lembrando a questão das queimadas na Amazônia. Então, ela deve e deverá ocupar algum espaço até apresentando defesa ou explicações sobre as queimadas na Amazônia", destacou em entrevista à Sputnik Brasil o economista Agostinho Celso Pascalicchio, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 

De acordo com o especialista, embora os processos não sejam os mais simples, a ministra está indo pelo caminho certo para resolver ou agilizar algumas pautas de extrema importância para um dos principais setores da economia brasileira, como o acordo Mercosul-União Europeia, a disputa com a Índia na OMC pelos subsídios do país asiático ao açúcar e a questão da desgravação do café. 

​"É uma pauta importante, é uma pauta de supervisão também, é uma pauta de acompanhamento, é uma pauta em que a presença de uma ministra na Europa é importante."

Pascalicchio lembra que as taxas de crescimento tanto na Europa quanto nos Estados Unidos são pouco animadoras. E, assim, consequentemente, perder lugar ou não se posicionar em termos internacionais na questão agrícola, caso isso não seja adequadamente cumprido, é "comprometer também o crescimento e as exportações brasileiras daqui pra frente".

"Ela [a ministra] tem que continuar o processo de modernização e acompanhamento de setores importantes dentro da esfera de produção agrícola. E a pauta dela, inclusive, em alguns tópicos, pode representar desafios a serem discutidos."

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