A estimativa foi dada pelo diretor de Planejamento do Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes (Dnit), Luiz Henrique Mello, que participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores (CRE) na semana passada.
Além da nova ponte, o projeto intermodal prevê a ampliação da BR-267 no Mato Grosso do Sul. O ponto final do corredor bioceânico serão os portos de Iquique e Antofagasta, no Chile.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Arnaldo Francisco Cardoso, especialista em integração regional da América do Sul e professor de Relações Internacionais da Universidade Mackenzie, estima que os custos de frete vão sofrer uma redução de mais de 30% com a construção do projeto intermodal.
"Vários estados brasileiros podem se beneficiar dessa nova rota de comércio chegando até o Chile. Há estudos mostrando que pode reduzir o custo logístico de frete internacional em 35%, o que já um ganho bastante significativo", disse.
No entanto, apesar de ver com bons olhos a construção da ponte, Arnaldo Francisco Cardoso ainda tem cautela em relação ao projeto.
"Como todo projeto de médio e longo prazo depende de uma série de elementos, de variáveis de conjuntura política e econômica dos países envolvidos para boa conclusão do projeto. Infelizmente a gente tem alguns históricos de investimentos dessa grandeza que terminaram não atingindo seu resultado final por falta de continuidade dos investimentos", disse.
Segundo Arnaldo Arnaldo Francisco Cardoso, o governo do presidente Jair Bolsonaro ainda não mostrou uma grande habilidade para conduzir negociações internacionais.
"A gente fica um pouco em dúvida da capacidade do governo brasileiro de conduzir essas diferentes agendas de negociação, se a gente observar um pouco nesse um ano de governo", completou.
Em maio deste ano, o presidente do Paraguai Mario Abdo Benítez e Jair Bolsonaro fizeram uma inauguração simbólica da obra.