Em declaração conjunta compartilhada nesta terça-feira pelo Ministério das Relações Exteriores peruano, representantes dos governos de Argentina, Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Paraguai e do próprio Peru expressaram "firme apoio às ações tomadas pelo presidente Lenín Moreno" para acalmar a situação de grandes tensões que tomou conta do Equador nos últimos dias.
Comunicado de apoio diante da situação do Equador.
No documento, os signatários fazem referência ao governo venezuelano, do presidente Nicolás Maduro, acusando-o de querer "estender as diretrizes de sua nefasta obra de governo aos países democráticos da região".
Desde a semana passada, o Equador se encontra em estado de exceção devido às violentas manifestações que se espalharam pelo país após o anúncio de medidas de austeridade adotadas por Moreno como parte de um acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em troca de um empréstimo no valor de US$ 4,2 bilhões.
O estopim para o levante foram os aumentos de preços nos combustíveis, provocados pelo fim de subsídios históricos concedidos há décadas pelo governo.
Nesta terça-feira, os protestos populares chegaram a um novo patamar quando manifestantes tentaram invadir a Assembleia Nacional, mas acabaram sendo contidos pelas forças de segurança do país. Devido ao estado de violência, o governo decidiu transferir temporariamente a sua sede de Quito para a cidade costeira de Guayaquil.
Nota oficial da chancelaria peruana
Diante dos eventos de alteração da ordem pública ocorridos nos últimos dias na República irmã do Equador, os governos de Argentina, Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Paraguai e Peru expressam sua rejeição retumbante a qualquer tentativa desestabilizadora de regimes democráticos legitimamente constituídos e expressam seu firme respaldo às ações empreendidas pelo presidente Lenín Moreno, para recuperar a paz, a institucionalidade e a ordem, utilizando os instrumentos concedidos pela Constituição e pela lei, como vem fazendo.
Da mesma forma, rejeitam qualquer ação destinada a desestabilizar nossas democracias por parte do regime de Nicolás Maduro e dos que buscam estender as diretrizes de sua nefasta obra de governo aos países democráticos da região.