De acordo com o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, tanto Brasília quanto Budapeste entendem "que temas globais ou transnacionais não podem servir de pretexto para a imposição de políticas em detrimento das instituições nacionais ou para a violação da identidade nacional, ignorando a vontade de cada povo".
Tal entendimento foi compartilhado pelo Itamaraty nesta quarta-feira, um dia após a visita do ministro húngaro das Relações Exteriores, Péter Szijjártó, à Brasília, onde se encontrou com o chanceler Ernesto Araújo e o presidente Jair Bolsonaro.
Atualmente, Brasil e Hungria encontram sintonia entre os principais expoentes da direita mundial, com Bolsonaro e o premiê Viktor Orbán se destacando como grandes defensores de valores conservadores. Orbán foi um dos poucos líderes europeus a comparecer à posse do atual chefe de Estado brasileiro, em janeiro. Fora isso, Araújo se tornou, em maio, o primeiro chanceler brasileiro a visitar Budapeste em 92 anos de laços bilaterais.
Entre alguns dos temas de maior aproximação entre os governos dos dois países estão as críticas ao chamado globalismo, a defesa do setor privado, o interesse na ratificação do acordo entre Mercosul e União Europeia e a defesa do cristianismo.
"Ambos reiteraram o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, com o mandato de organizar, o mais breve possível, eleições presidenciais livres e justas. Solidarizaram-se com o povo venezuelano e comprometeram-se a seguir trabalhando em favor da democracia naquele país", informou o Itamaraty, se referindo ao encontro entre Ernesto Araújo e Péter Szijjártó.