Desde o início de setembro, manchas de petróleo começaram a surgir em praias da região Nordeste. A contaminação vai do Maranhão até a Bahia e afeta a vida marinha e prejudica o turismo na região.
Ainda não há confirmação da origem do material, mas análise da Petrobras indica que o óleo tem origem venezuelana, hipótese negada por Caracas. A investigação do episódio envolve a Polícia Federal, o Comando da Marinha, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O presidente Jair Bolsonaro afirmou ter "quase certeza" de que o petróleo chegou às praias em um "ato criminoso".
Em entrevista à Sputnik Brasil, o professor do curso de oceanografia da Universidade Estadual do Rio (UERJ) David Zee também aposta em um derramamento intencional, já que não houve comunicação ou pedido de resgate de nenhuma embarcação.
"Esse evento demonstrou como o país não está preparado. Você pode perceber que as reações são lentas, temos presença de óleo desde setembro e muito pouco foi feito", diz Zee. O professor da UERJ ressalta o incidente é de "grandes proporções" e que não se lembra de outro episódio "dessa ordem de grandeza no Brasil".
"Quanto mais se demora, mais o mar será contaminado. Pode chegar a um determinado ponto em que o espalhamento é tamanho que não se tem condições viáveis de retirar o óleo e ele será absorvido pelo oceano. É um produto químico extremamente nocivo aos seres vivos", analisa Zee.