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Presidente da Eslováquia pode ser obstáculo para acordo Mercosul-UE, diz diplomata

O novo governo da Eslováquia, liderado pela presidente Zuzana Caputova, pode ser um obstáculo para a aprovação do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), segundo afirmou o diplomata Eduardo Gradilone durante sabatina no Senado. 
Sputnik

Gradilone participou de audiência na Comissão de Relações Exteriores e teve seu nome aprovado como embaixador do Brasil na Eslováquia. Segundo o diplomata, Caputova tem forte preocupação ambiental, e o aumento das queimadas na Amazônia pode atrapalhar a assinatura do acordo comercial entre o bloco europeu e o Mercosul, que precisa ser ratificado por todas as 28 nações que formam a UE. 

"Caputova é a ativista política mais popular da Eslováquia e é marcada por uma forte postura ambientalista. Ela assumiu a presidência em junho, e já temos sentido cobranças. Isso pode repercutir, sim, na ratificação do país ao acordo Mercosul-UE", explicou Gradilone nesta quinta-feira (10), segundo publicado pela agência Senado. 

"O cenário é desafiador, porque a presidente Caputova já disse que vai criar problemas devido à política ambiental brasileira", afirmou ele.  

O diplomata também disse que a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, "repercutiu muito mal" no país do leste europeu. Segundo ele, as notícias sobre denúncias de fraudes na indústria da carne "até hoje exigem esforços da nossa embaixada buscando reverter prejuízos nas exportações". 

Gradilone disse que é preciso explicar às autoridades eslovacas sobre a "real situação do Brasil" em relação às políticas ambientais. Segundo ele, um ponto favorável para a assinatura do acordo é que, atualmente, 244 empresas da Eslováquia exportam produtos para os quatro países do Mercosul. O comércio com o bloco sul-americano gerra 5 mil empregos diretos na nação europeia. 

Resistência em outros países

A ratificação do acordo Mercosul-UE precisa superar resistências em outras nações europeias. Na quarta-feira (8), a ministra do Ambiente da França, Élisabeth Borne, disse que a França não vai assinar o acordo nas "condições atuais".

Além disso, o Parlamento da Áustria decidiu aprovar uma moção para que a iniciativa seja rejeitada

Venezuela pode ser outro ponto de divergência

O diplomata apontou ainda outro tema que poder gerar conflito entre os dois países: a situação na Venezuela. A Eslováquia apoia o governo de Nicolás Maduro, enquanto o Brasil defende a saída do poder do líder vizinho. Para Gradilone, trata-se de mais um "quadro desafiador".

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