Para que um míssil balístico se torne uma arma guiada com precisão, ele deve ser equipado com um sistema de navegação, ou seja, com um "cérebro" monitorador da posição, velocidade e orientação.
Os Estados Unidos e a União Soviética foram pioneiros no desenvolvimento de sistemas de navegação, e um deles é considerado o pináculo da tecnologia militar da era da Guerra Fria.
Sistema de navegação AIRS do míssil balístico LGM-118A Peacekeeper
O "navegador apocalíptico" se chama Esfera de Referência Inercial Avançada (AIRS), e foi usado no míssil LGM-118A Peacekeeper de alta precisão, que é também designado como MX (Míssil Experimental).
Imagens de armamentos mortíferos
Uma foto do módulo de navegação inercial foi apresentada em um livro do fotógrafo Martin Miller, que catalogou armas de destruição em massa estocadas pelos Estados Unidos no final do século XX. Miller fotografou de perto o sistema de navegação da Esfera de Referência Inercial Avançada (AIRS).
"Ao invés de ser montada com uma suspensão cardan, a esfera flutua em um fluido de fluorocarbono dentro de um invólucro", de acordo com explicação escrita no livro de fotografias.
Há três acelerômetros e três giroscópios no módulo, que consiste em uma esfera de berílio que flutua em fluorocarbono dentro de um invólucro, tornando possível que a esfera gire em qualquer direção.
"Os giroscópios e acelerômetros são posicionados dentro da esfera, assim como as três válvulas hidráulicas de impulso e as bombas de turbina para manter a navegação estável da esfera", afirmou Miller.
Detalhes do módulo AIRS
Consistindo em cerca de 19.000 peças, o módulo AIRS tornou o míssil LGM-118A Peacekeeper altamente preciso em um raio de 40 metros. Pouco se sabe sobre o módulo, mas se trata do sistema de navegação inercial mais preciso já criado.
No entanto, o módulo parecia ser extremamente caro: de acordo com o blog Nuclear Weapons Archive, em 1989, um único acelerômetro usado no AIRS custou US$ 300 mil e levou seis meses para ser fabricado.
O desenvolvimento do míssil LGM-118A começou em 1971, e havia originalmente planos de fabricação de 100 mísseis. O Congresso norte-americano, no entanto, aprovou somente 50 mísseis em 1984. O último míssil LGM-118A dos EUA foi desmontado em setembro de 2005.