Em nota enviada à Sputnik Brasil, a Marinha ressalta que pretende avançar nas tratativas de transferência dos submarinos para manter a capacidade logística da Armada.
"A Marinha do Brasil (MB) esclarece que há intenção em avançar tratativas e estudos sobre a possibilidade de reparos, manutenção e construção de submarinos, bem como a transferência dos submarinos IKL-209 (classe Tupi) para Marinhas que manifestarem interesse, com vistas a manter a capacidade logística da MB", ressaltou a Força.
Questionada, a Marinha do Brasil não informou se há previsão de quando os submarinos serão colocados à venda, quanto pretende arrecadar com a transferência ou quais países já demonstraram interesse nos navios. Portais de notícias estrangeiros, no entanto, já divulgam o interesse de seus países na compra dos submarinos brasileiros. Em junho, o portal de notícias da Argentina Infobae noticiou, durante visita oficial do presidente Jair Bolsonaro a Buenos Aires, que almirantes argentinos negociavam a aquisição de até quatro IKLs. A intenção seria reativar a capacidade operacional do Comando de la Fuerza de Submarinos, prejudicada desde o desaparecimento do ARA San Juan em novembro de 2017.
A negociação teria sido formalizada com uma declaração de intenções assinada pelos ministros da Defesa do Brasil, Fernando Azevedo e Silva, e da Argentina, Oscar Aguad. As dificuldades econômicas do país vizinho, no entanto, podem complicar o negócio.
Recentemente, a Rádio Gdansk, da Polônia, noticiou que o Ministério da Defesa do país estaria interessado na compra dos submarinos brasileiros Timbira e Tapajó, dois dos cinco da classe IKL 290/1400 pertencentes à Marinha do Brasil. De acordo com a rádio, o negócio estaria estimado entre US$ 200 e 300 milhões.
Além de Argentina e Polônia, o Peru também tem sido mencionado nas especulações sobre possíveis países interessados na aquisição dos submarinos brasileiros.
Submarinos brasileiros em construção
Na sexta-feira da semana passada (11), a Marinha do Brasil concluiu a última etapa de montagem do submarino Humaitá (SBR-2). Ele é o segundo da série de cinco submarinos que estão sendo construídos pela Força Naval brasileira, sendo quatro convencionais e um nuclear. O primeiro construído foi o submarino Riachuelo. Eles fazem parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), em andamento desde 2008. De acordo com a Armada, o processo de integração do Humaitá começou em abril do ano passado e seu lançamento ao mar deve acontecer no segundo semestre de 2020.
Os outros submarinos convencionais brasileiros, Tonelero e Angostura, devem ficar prontos até o final de 2022.