Após a inundação do rio devido a fortes chuvas causadas pelo tufão, um número desconhecido de sacos, cada um contendo até uma tonelada de solo e vegetação contaminados do local de Fukushima, foi varrido de um local de armazenamento na cidade de Tamura.
O Ministério do Meio Ambiente japonês ainda não comentou o incidente, embora 17 sacos tenham sido recuperados, sendo que apenas 10 deles foram encontrados presos em árvores ao longo do rio na quarta-feira (16).
O governo de Tamura disse ao jornal japonês Asahi Shimbun que foram deixados ao ar livre sem proteção 2.667 sacos de detritos contaminados (contendo grama radioativa, folhas, sujeira e madeira), que foram coletados durante a descontaminação no local de Fukushima após o desastre de 2011.
"A concentração de materiais radioativos é relativamente baixa e tem pouco impacto sobre o meio ambiente", disse o ministério ao Kyodo News, insistindo que não houve aumento na radiação, quer na área onde os sacos foram armazenados ou no próprio rio.
Tufão devastador
Considerado o tufão mais poderoso que atingiu o Japão em décadas, o Hagibis causou enchentes em 200 rios, provocando a inundação de quase 10 mil casas, e foi precedido por um terremoto de magnitude 5,7 ao longo da costa de Chiba.
Pelo menos 74 mortes foram atribuídas ao Hagibis, e as equipes de resgate ainda estão à procura de sobreviventes, com 14 pessoas desaparecidas até o momento.
Tragédia radioativa
As autoridades japonesas têm procurado constantemente minimizar as consequências do desastre de Fukushima e anunciaram no início de outubro seus planos para "diluir" as águas residuais radioativas da usina, despejando-as no oceano quando a capacidade de armazenamento é excedida - horrorizando os países vizinhos, pescadores e defensores do meio ambiente.
O desastre em Fukushima ocorreu devido a um tsunami após um terremoto de 9 graus de magnitude em 2011, levando ao vazamento de material radioativo.