Após os EUA terem bombardeado as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945, a URSS precisou rapidamente de desenvolver a sua própria bomba atômica para manter a paridade.
Em agosto de 1949, a primeira bomba atômica soviética, a RDS-1, de 3,35 metros de comprimento, foi testada com sucesso em um polígono na cidade de Semipalatinsk, no Cazaquistão.
Os relatórios desclassificados, publicados na segunda-feira (21), contêm fotos dessa arma ameaçadora quando ainda era um trabalho em andamento.
Esse ambicioso projeto se tornou uma verdadeira corrida contra o tempo para os cientistas nucleares soviéticos, que não só tinham de cumprir o prazo rigoroso do governo de Stalin, como também fazer o trabalho em condições de sigilo absoluto.
O documento datilografado de três páginas instruía o diretor do projeto, Pavel Zernov, a criar o "motor a jato C (RDS)" em duas versões "com o uso de combustível pesado (C-1) e combustível leve (C-2)". Isso, na realidade, significava uma bomba nuclear com plutônio e urânio, respectivamente.
No documento, os cientistas, que deveriam relatar mensalmente ao governo o progresso feito na bomba, eram mencionados apenas pelas primeiras letras de seus nomes e sobrenomes.
O restante dos 45 arquivos desclassificados revelam vários estágios do programa nuclear militar, que constitui um verdadeiro tesouro para os pesquisadores que estudam o período soviético ou a história da indústria atômica.
Entre esses relatórios estavam também os esquemas de como os aviões com equipamentos de medição, foto e vídeo deveriam ser posicionados no ar para reunir o máximo de informações sobre o teste RDS-1 em 1946.