John Cain, especialista britânico sobre riscos da exploração lunar e consultor de saúde de astronautas, afirma que "é essencial conhecer a natureza da poeira lunar, compreender os seus efeitos no organismo, [bem como] desenvolver as vias de exposição identificadas e os meios para reduzir a exposição".
Com o interesse cada vez maior de grandes nações em uma exploração lunar, a poeira seria um dos maiores inibidores para que uma operação lunar seja realizada, segundo o portal Space.com.
Buzz Aldrin, da Apollo 11, afirmou que "quanto mais tempo você passa na Lua, mais fica coberto com poeira lunar do capacete às botas", confirmando a hipótese do especialista. Além disso, Aldrin afirmou que a poeira cheirava "como carvão queimado ou algo similar às cinzas em uma lareira".
O astronauta Harrison Hagan "Jack" Schmitt, da Apollo 17, registrou o primeiro caso do que foi chamado de febre do feno extraterrestre, quando foi afetado pela poeira lunar, fazendo com que suas placas de cartilagem em suas paredes nasais inchassem significativamente.
O regolito lunar (rocha altamente fragmentada sobre a superfície da Lua) pode conter dióxido de silício, óxido de ferro e óxido de cálcio, sendo que o óxido de silício é altamente tóxico e, por isso, na Terra, é responsável por causar graves doenças pulmonares.
Os estudos estão sendo elaborados justamente para entender os riscos de os astronautas contraírem doenças pulmonares, bem como descobrir como controlar a exposição humana à poeira lunar.
"Será necessário desenvolver estabelecimentos de treinamento, educação e pesquisa, e o desenvolvimento de vacinas para combater o potencial surgimento de micróbios patogênicos nos assentamentos devido a mutações", completa Cain, ressaltando que os futuros assentamentos lunares deverão exigir legislações de saúde e segurança, para garantir o estado de saúde dos astronautas.