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Especialista: Xi Jinping não vai deixar Bolsonaro voltar de mãos vazias da China

O presidente Jair Bolsonaro visita o principal parceiro comercial do Brasil e tenta atrair novos investimentos. Segundo especialista consultado por Sputnik Brasil, a viagem pode ser produtiva.
Sputnik

Depois do Japão, o presidente visita oficialmente China, Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos. O tour vem sendo planejado desde os primeiros meses deste ano, numa tentativa de aproximação após declarações polêmicas de Bolsonaro, ainda durante a campanha e no início do governo, com críticas à China.

Segundo Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, a visita de Bolsonaro à China "é de extrema importância", pois o país é "o maior parceiro comercial do Brasil e também maior investidor estrangeiro" na economia do país.

"Na pior fase da crise econômica do Brasil a China apostou e acreditou no Brasil e investiu cerca de 20 bilhões de dólares, emprestou uns 15 bilhões de dólares a mais para a Petrobras e criou um fundo de investimento em infraestrutura com 15 bilhões de aporte chinês e 5 bilhões de aporte brasileiro", lembrou o especialista em conversa com Sputnik Brasil.

Para o economista, o modelo de cooperação da China, mesmo com investimentos agressivos, não é de controle. "A China não manda seus fuzileiros navais para lugar nenhum. Manda empresários para fazer comércio e investimentos no mundo", acrescentou.

E o Brasil vem se tornando cada vez mais importante para a China, ponderou Tang. Um dos motivos, seria a guerra de tarifas entre Pequim e Washington.

Por isso, "o presidente Bolsonaro já falou mais de uma vez da importância estratégica da China e da parceria estratégica e comercial entre os dois países".

"Tenho certeza que presidente Xi Jinping não vai deixar Bolsonaro voltar de mãos vazias. Tenho certeza que ele vai trazer boas notícias para o Brasil no seu retorno", acrescentou o interlocutor da Sputnik.

O especialista adiantou que a aproximação do atual presidente com os Estados Unidos não será uma barreira para o estreitamento de laços com Pequim.

"As economias do Brasil e da China são complementares, já as economias do Brasil e Estados Unidos são concorrentes. Quando China compra mais dos Estados Unidos, compra menos do Brasil, e vice-versa", concluiu Charles Tang.

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