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Hipótese de que óleo seja fruto de um ataque ecoterrorista ainda não pode ser anulada, diz analista

Segundo o Ministério Público, 2.100 quilômetros do litoral de nove estados brasileiros já foram atingidos pelas manchas de óleo.
Sputnik

O comandante da Marinha, Ilques Barbosa, disse na terça-feira (22) que está concentrando as investigações sobre as causas da mancha de óleo nas praias do Nordeste em 30 navios de dez países diferentes.

Segundo Barbosa, a maior probabilidade é que o óleo tenha partido de um navio irregular, chamado de dark ship.

"Um dark ship, o mais provável é a probabilidade de um dark ship. Um dark ship ou um navio que teve um incidente e, infelizmente, não progrediu a informação como deveria", disse o comandante após reunião com o presidente em exercício, Hamilton Mourão, no Palácio do Planalto, citado pelo portal G1.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Ricardo Cabral, professor de Relações Internacionais e pesquisador da Escola de Guerra Naval, disse que todas as possibilidades tem de estar à mesa, inclusive a de que se trate de um ato proposital.

"Pode ter havido uma transferência de óleo em alto mar entre navios, pode ter havido um acidente não reportado, pode ter havido um derramamento de óleo proposital e isso configuraria um ecoterrorismo. Do meu ponto de vista, não pode ser descartado", disse.

Segundo Ricardo Cabral, o dark ship pode ter sido usado para vender óleo clandestinamente.

"Um navio com registro falso, que para vender o seu óleo clandestinamente, para burlar sanções, e fazendo isso um acidente pode ter ocorrido", afirmou.

Ricardo Cabral acredita que, no entanto, a maior possibilidade é que o derramamento tenha sido fruto de um acidente não reportado.

"A área de inteligência da Marinha e do Governo Federal devem estar atuando porque você vai descartando as possibilidades, mas me parece que a possibilidade maior é de se trate de um acidente não reportado, mas todas as possibilidades estão à mesa", completou.

O comandante da Marinha, Ilques Barbosa, disse durante uma entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo que o derramamento de óleo "pode ter sido mero acidente, mas pode ter sido intencional. Mas as probabilidades [de ser intencional] ficam cada vez mais baixas".

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