Iraque rejeita presença de tropas dos EUA que deixaram Síria

O Iraque rejeitou nesta quarta-feira (23) a presença de longo prazo de tropas dos Estados Unidos que cruzaram sua fronteira ao deixar o território da Síria.
Sputnik

O anúncio é uma aparente resposta ao secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, que está visitando o Iraque e havia afirmado que os militares permaneceriam no país. 

Depois de se encontrar com Esper, o primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi reiterou uma posição já expressada anteriormente: as tropas dos Estados Unidos têm permissão para estar no país, depois de deixar a Síria, apenas de maneira transitória e sua permanência no território iraquiano não será aceita sem permissão. 

Em comunicado obtido pela agência de notícias Reuters, Abdul Mahdi disse que o Iraque está "tomando todas as medidas legais internacionais" para garantir que as tropas estadunidenses deixem o país conforme solicitado. Ele não forneceu mais detalhes. 

Esper havia dito inicialmente à imprensa que as tropas que se retirassem da Síria iriam ao oeste do Iraque para combater o Daesh (organização proibida na Rússia) e "ajudar a defender o Iraque", mas ele aparentemente mudou de posição nesta semana ao dizer que os militares voltariam ao seu país de origem. 

Esper também se encontrou na quarta-feira com seu homólogo iraquiano Najah al-Shammari. Eles discutiram a cooperação militar e "consultaram os eventos militares que a região está passando", afirmou o ministério da Defesa iraquiano em comunicado.

"Qualquer movimento de tropas dos EUA para fora da Síria e pelo Iraque levará semanas, não dias, e será bem coordenado e terá a aprovação do governo soberano do Iraque. O planejamento para esse esforço está em andamento", afirmou um membro sênior do Ministério da Defesa dos EUA ouvido de maneira anônima pela Reuters.

As tropas dos EUA ocuparam o Iraque de 2003 a 2011 e são profundamente impopulares em grande parte do país. Abdul Mahdi enfrenta uma crise por conta de violentos protestos anticorrupção nas últimas semanas, deixando-o com pouco capital político para defender os laços com Washington.

Comentar