O Brasil caiu no ranking do Banco Mundial, que mede a facilidade para fazer negócios, o relatório "Doing Business". Em 2018 o país ocupava a posição 109, mas desceu para o 124º lugar no ano corrente.
O professor dos cursos de MBA da Fundação Getúlio Vargas, Mauro Rochlin, conversou com Sputnik Brasil sobre o tema e alertou que as dificuldades burocráticas brasileiras "ainda são muito grandes" e "dificultam demais a operação de empresas nos diferentes setores".
Para ele, esse seria o principal motivo da queda no ranking.
O professor acrescentou que as reformas da previdência e tributária são importantes para liberalizar a economia e para dar "mais segurança no que diz respeito às contas do governo". E a reforma tributária também possibilitará reduzir os custos e apontará na direção da "retomada do investimento estrangeiro e consolidação de um ambiente para negócios mais favorável". No entanto, segundo ele, mesmo com carga pesada de impostos, as empresas brasileiras conseguem ser competitivas.
"Um ambiente mais liberal e de menor tributação sem dúvida favorece a existência e a operação das empresas. Mas no caso específico do Brasil o principal problema não seja tanto o nível elevado de impostos. Podemos ver outros países competitivos no cenário internacional e que também apresentam níveis de tributação parecidos com o Brasil", explicou o professor.
Ele defendeu que, além da tributação em si, a estrutura complexa e o tempo demandado para sua gestão acabam gerando barreiras para o crescimento.
"De fato, você tem hoje uma tributação que demanda um tempo alto para ser realizada, o que gera uma insegurança jurídica muito grande, que também age contra a competitividade das empresas brasileiras e isso se reverte em mais custos", concluiu.
Gilberto Braga, economista, professor do IBMEC e da Fundação Dom Cabral, concordou com seu colega sobre o excesso de burocracia, que para ele se reverte em insegurança jurídica.
"Na medida que um empresário para fazer acordo com brasil busca um nível de segurança, o que significa que os contratos celebrados seja cumpridos nas suas cláusulas de uma maneira definitiva", declarou o especialista.