Governo do Chile anuncia congelamento do aumento de energia para conter protestos

Para conter a onda de protestos populares no Chile, o governo do presidente Sebastián Piñera anunciou nesta quinta-feira (24) mais um pacote de medidas econômicas, que incluem o congelamento do aumento de 9,2% das tarifas de energia. 
Sputnik

As manifestações em várias cidades do Chile, duramente reprimidas pelas forças de segurança, deixaram um saldo até o momento de pelo menos 18 mortos. Entre as causas da revolta estão o aumento nos preços das passagens do transporte, medida que já foi revogada, a alta da energia e queixas em relação ao sistema educacional e previdenciário do país. 

O congelamento do preço da energia vigorará até o final do ano. Nesta quarta-feira (23) houve grandes protestos e confrontos na capital Santiago.  

Medidas 'não solucionam todos os problemas'

Piñera afirmou que as medidas anunciadas ajudam a amenizar a insatisfação da população, mas não "solucionam todos os problemas", segundo publicado pela agência AP. 

A onda de protestos começou após o anúncio de um aumento nas passagens de metrô. A justificativa do governo era a alta do petróleo e a desvalorização da moeda local. A pauta dos manifestantes, no entanto, inclui pedidos de melhoria da educação, pensões, salários e saúde. 

No início desta semana, Piñera anunciou aumento no salário mínimo e nas faixas mais baixas dos beneficiários da previdência. No entanto, alguns manifestantes afirmam que as concessões são pequenas e tardias, e por isso continuam saindo às ruas. 

Em um pronunciamento à nação feito nesta quinta-feira, o presidente disse que ouvia de maneira "alta e clara" as demandas dos chilenos. O presidente afirmou ainda que "continuaria enviando projetos para o Congresso" com objetivo de atender parte das reivindicações sociais dos manifestantes. 

ONU enviará missão para investigar violações dos direitos humanos

Paralelamente, as Nações Unidas anunciaram que enviarão uma missão ao Chile para investigar abusos contra os direitos humanos na repressão aos protestos. Piñera decretou estado de emergência no país e chegou a dizer que o Chile estava em "guerra". O exército foi enviado para conter as manifestações e surgiram muitas denúncias de uso excessivo da força. 

"Tendo monitorado a crise no Chile desde que ela começou, decidi enviar uma missão de verificação para examinar as alegações de violações dos direitos humanos", explicou a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet.

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