Desde a fundação do Estado de Israel, em 1948, o país esteve envolvido em conflitos armados com seus vizinhos árabes.
Tendo como fundo a bipolaridade da Guerra Fria, tanto Israel como as nações árabes rivais recebiam armamentos de países diferentes. Desta forma, a década de 1960 foi marcada pela grande entrada de produtos bélicos soviéticos em países como Egito e Síria.
Enquanto isso, Israel fortalecia seu arsenal de guerra com armamentos oriundos da Europa, Estados Unidos e da sua ainda pequena indústria de defesa.
No entanto, como publicou o portal russo Russkoe Oruzhie, o Estado judeu também teve acesso, muito incomum, a armamento soviético.
Despojos de guerra
Em 1967 Israel impressionou o mundo ao derrotar em um ataque surpresa os exércitos do Egito, Síria e Jordânia na Guerra dos Seis Dias. A reação egípcia foi pífia, enquanto grande parte dos tanques de fabricação soviética T-54 e T-55 foi deixada para trás, muitos ainda intactos.
Não desprezando o despojo de guerra, Israel se apoderou de cerca de 400 tanques, sendo parte desses equipamentos usados durante a Guerra de Desgaste, de 1967 a 1970.
O material foi prontamente modificado pelos engenheiros israelenses. Conforme noticiou o Russkoe Oruzhie, 150 tanques foram incorporados pelo Exército israelense, recebendo o nome de TI-67 Tiran. Enquanto isto, muitos outros foram estocados para reposição de peças.
As modificações visavam a troca dos equipamentos de comunicação e a instalação de metralhadoras feitas nos EUA.
Além disso, com seus canhões de 100 mm trocados por outros de 105 mm, os veículos foram colocados na frente de combate durante a Guerra de Desgaste.
Linha de produção em série do tanque TI-67 Tiran das IDF nos anos 70: em primeiro plano estão chassis originais de tanques T-54/55 esperando pelo processamento, enquanto à esquerda e ao fundo estão tanques já reconstruídos aguardando suas torres.
T-62
Em outubro de 1973, forças egípcias e sírias realizaram um ataque surpresa contra Israel no dia sagrado judaico de Yom Kippur. Apesar do ataque, Israel conseguiu reverter o curso da guerra.
Durante o embate, os países árabes usaram o tanque soviético T-62, do qual muitas unidades foram capturadas por Israel, enquanto no conflito o Estado judeu utilizou seu tanque TI-67, sofrendo as menores baixas possíveis.
Segundo o Russkoe Oruzhie, o tanque T-62 também foi modificado e incorporado ao Exército de Israel, mas seu canhão de 115 mm os israelenses decidiram não trocar.
Também se sabe que o país exportou alguns de seus TI-67. Segundo o Russkoe Oruzhie, parte deles foi vendida para o Uruguai.
Tiran do Exército uruguaio
Hoje, algumas unidades do TI-67 são encontradas em museus de Israel. Recentemente esses veículos foram descomissionados do serviço no país.