Segundo Hooker, o objetivo primordial da Rússia em um conflito no Báltico seria isolar a Lituânia, Letônia e Estônia e manter a segurança de sua região mais ocidental, Kaliningrado, bem como de São Petersburgo.
É válido lembrar que Kaliningrado está desconectada do resto do território da Rússia, ao passo que faz fronteira com a Lituânia e a Polônia, países membros da OTAN.
Desta forma, a região também seria de suma importância para os EUA, segundo Hooker.
"Como líder da OTAN, Washington deveria ver a defesa do Báltico como uma prioridade crítica", escreveu Hooker em texto publicado pela Jamestown.
Equilíbrio de forças
Comparando o equipamento militar (meios marítimos e veículos terrestres) Hooker aponta uma grande inferioridade no número de blindados por parte dos países bálticos, Lituânica, Letônia e Estônica, em comparação com a Rússia.
Para ele, essa inferioridade só poderia ser suprida pelo maior emprego das tropas da OTAN na região.
Enquanto isto, Hooker afirma que numericamente a OTAN tem mais aeronaves que a Rússia. Porém, o especialista não despreza o poder dos armamentos de defesa antiaérea da Rússia, o que ameaçaria o trabalho dos pilotos da OTAN.
Além disso, o especialista ressalta a grande mobilidade das forças russas, em particular durante um hipotético ataque aos países do Báltico.
"A maior parte dos especialistas conclui que estas forças [da Rússia] são grandes o suficiente para superar as dos países bálticos em questão de dias", afirmou Hooker.
Defendendo Kaliningrado
O especialista também acredita que a maior pressão das forças da OTAN seria sobre a região de Kaliningrado. Ainda segundo Hooker, a Rússia perderia a região devido ao grande número de tropas da aliança.
Em setembro passado, o comandante da Força Aérea dos Estados Unidos na Europa, Jeff Harrigian, disse que seu país tem um plano para destruir os sistemas de defesa antiaérea russa em Kaliningrado.
Em resposta, o governador da região, Anton Alikhanov, categorizou a fala do general como prova de seu deficiente conhecimento da história.
"Muitas pessoas, que pouco estudaram história, tiveram planos em relação ao nosso país. No entanto, a vida mostrou que, além de jogar cartas e fazer planos, deve-se ler os livros que mostram como estes planos terminaram para seus autores. Sugiro a todos os generais dos EUA que leiam livros sobre a Rússia e se lembrem que, por melhor que seja o plano, sempre haverá o povo russo e a experiência histórica", publicou a fala de Alikhanov o portal RBK.
Guerra naval
Richard Hooker também afirma que, em números, a presença naval da OTAN seria superior à russa no Báltico, no entanto, devido a diversos problemas, o efetivo naval da aliança se defrontaria com os mísseis e minas da Rússia.
Além disso, Moscou tem desenvolvido armamentos cada vez mais avançados para a guerra naval, o que preocupa as autoridades militares ocidentais.
Ademais, o autor do texto aponta perigosas falhas na estrutura de defesa dos países bálticos, assim como a pequena interação entre suas forças militares.