Coreia do Norte diz que boa relação entre Trump e Kim não basta para salvar acordo

Pyongyang afirmou neste domingo (27) que os EUA tentam "isolar" a Coreia do Norte de maneira "cruel" e que as relações entre seus líderes não bastam para prevenir o deterioramento do diálogo dos dois países.
Sputnik

Em declaração divulgada pela agência estatal norte-coreana de notícias (KCNA), o alto oficial Kim Yong Chol disse que não há progressos substanciais no diálogo entre as duas nações, apesar das relações próximas entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un. 

"As relações pessoais próximas nunca podem ser mantidas à parte da opinião pública e jamais são garantia para prevenir que a relação entre os Estados Unidos e a República Popular da Coreia se agravem", afirmou o diretor do Comitê da Coreia para a Paz na Ásia-Pacífico, segundo publicado pela agência AFP. 

Apesar de Trump e Kim Jong-un terem se encontrado duas vezes, o funcionário norte-coreano disse que "há um limite para tudo". Os dois líderes costumam trocar afagos e declarações de respeito, mas as conversas se estagnaram após fevereiro, quando a reunião entre o presidente americano com o líder norte-coreano em Hanói, no Vietnã, terminou sem acordo. 

Coreia do Norte denuncia 'crueldade' dos EUA

Kim Yong Chol afirmou ainda que os EUA estariam "seriamente equivocados" se ignorassem o limite, que vence no final do ano, estabelecido pela Coreia da Norte para se chegar a termos aceitáveis para um acordo sobre a questão nuclear. 

O alto oficial disse ainda que os EUA estavam irritando a Coreia do Norte ao exigir uma "desnuclearização final e completamente verificada", enquanto pressiona outros países a aumentar as sanções contra a nação asiática. Kim Yong Chol acusou Washington de tentar "isolar e sufocar" a Coreia do Norte de "maneira mais ardilosa e cruel do que antes". 

A declaração norte-coreana chega dias após Trump afirmar que ele e Kim Jong-Un têm "respeito" um pelo outro. Em retribuição, Pyongyang disse logo depois que a relação entre os dois era "especial". 

Após trocarem insultos em 2017, os dois líderes se aproximarem e realizaram um primeiro encontro histórico em 2018. Nas negociações, os EUA pedem a desnuclearização da Coreia do Norte, enquanto Pyongyang quer o levantamento das sanções contra sua economia. 

Em 2 de setembro, os norte-coreanos realizaram testes com mísseis, mas os EUA afirmaram que as conversas poderiam continuar mesmo assim.

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