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Analistas chineses avaliam 'mar de oportunidades' proposto por Bolsonaro à China

Especialistas chineses comentaram visita de Bolsonaro à China depois de o gigante asiático ter sido chamado de "capitalista" pelo presidente do Brasil.
Sputnik

Na sexta-feira (25), último dia de visita à China, Bolsonaro se encontrou com o presidente chinês, Xi Jinping, que prometeu aumentar comércio com o Brasil. A reunião aconteceu no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

"A visita de Bolsonaro à China é um acontecimento favorável", afirma Wang Ping, vice-presidente do Conselho de Supervisão da Associação Chinesa da América Latina e ex-diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Nankai em Tientsin, China.

"Depois que Bolsonaro chegou ao poder, havia uma preocupação de que isso poderia afetar as relações sino-brasileiras por causa de sua posição pró-americana, bem como sua filiação política de direita. No entanto, a visita mostrou que o presidente valoriza muito as relações sino-brasileiras e demonstra uma abordagem pragmática ao seu desenvolvimento. A visita ajudará certamente a expandir os laços econômicos e a reforçar a confiança mútua", disse Ping à Sputnik China.

"Uma parte considerável do Brasil precisa da China, e a China também precisa do Brasil. O Brasil é um mar de oportunidades, e queremos compartilhá-las com a China." Com estas palavras, Jair Bolsonaro terminou sua visita de três dias a Pequim, convencendo a maioria dos observadores de que tinha abandonado sua retórica antichinesa anterior, algo observado pela primeira vez por Wang Ping.

Fan Hesheng, diretor do Instituto Latino-Americano da Universidade Anhui, comentou os resultados da visita do presidente do Brasil.

Analistas chineses avaliam 'mar de oportunidades' proposto por Bolsonaro à China

"A China e o Brasil têm uma necessidade mútua um do outro. É condicionada pela necessidade de desenvolvimento econômico e de cooperação internacional. Este é um ponto muito importante. Durante a visita, sentimos que ambos os líderes deram uma orientação clara para o desenvolvimento da cooperação", acentuou Fan Hesheng.

Acordando o encontro na China

Pela primeira vez, Bolsonaro anunciou a visita à China imediatamente após seu encontro com o presidente dos EUA em Washington. Isso foi feito para equilibrar a relação do Brasil entre os EUA e a China. A visita parece ter atingido este objetivo. Observadores chamaram a atenção para a afirmação de Bolsonaro no Fórum Empresarial de Pequim de que a China e o Brasil "nasceram para andar juntos".

Apesar de as relações estratégicas entre os dois países só terem começado em 1993, a China é a maior parceira comercial do Brasil. Em 2018, o fluxo de comércio entre os dois países alcançou a marca de US$ 98,9 bilhões.

Durante a visita ao país asiático Bolsonaro conseguiu, em Pequim, assinar vários protocolos oficiais, para acordos nas áreas de ciência e tecnologia, economia, comércio, energia, infraestrutura, agropecuária, relações exteriores e educação.

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