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Após declaração de filho, Bolsonaro diz que 'quem fala em AI-5 está sonhando'

Ao ser perguntado sobre a fala de seu filho Eduardo Bolsonaro em relação a um novo AI-5, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (31) que não sabia da declaração e "quem quer que seja que fale em AI-5 está sonhando". 
Sputnik

Bolsonaro fez o comentário em pequena coletiva concedida na porta do Palácio da Alvorada, transmitida ao vivo por suas redes sociais. Em entrevista para o canal de YouTube da jornalista Leda Nagle, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse que se a esquerda radicalizar, como segundo ele está ocorrendo em outros países da América do Sul, seria preciso dar uma resposta a isso. 

"Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual a do final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam-se e sequestravam-se grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada", afirmou. 

Na porta do Alvorada, em Brasília, Bolsonaro disse que não existia a possibilidade de ser promulgado um novo Ato Institucional nº 5: "Não existe. AI-5 [existia] no passado, existia outra Constituição, não existe mais. Esquece. Vai acabar a entrevista aqui. Cobrem dele". Em ocasiões anteriores, o político do PSL elogiou o regime militar no Brasil e em outros países da América Latina. 

Decretado em 1968, o AI-5 é considerado o mais duro dos Atos Institucionais promulgados durante a ditadura. Por meio dele o Congresso foi fechado por tempo indeterminado, além de renovado poderes para o presidente cassar mandatos e suspender direitos políticos, agora em caráter permanente. Também foi suspensa a garantia do habeas corpus em casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e a economia popular.

'Cobrem vocês dele'

"Quem quer que seja que fale em AI-5 está sonhando. Está sonhando. Está sonhando. Não quero nem ver notícia nesse sentido aí", afirmou o presidente. 

O político do PSL disse que não sabia da declaração do filho, acrescentando que Eduardo é quem deveria ser questionado. "Cobrem vocês dele. Ele é independente. Se ele falou isso, não estou sabendo. Lamento", garantiu. 

A fala de Eduardo Bolsonaro, líder do PSL na Câmara, provocou protestos de políticos, juízes, entidades e personalidades públicas. Partidos políticos disseram que vão entrar com pedido de cassação do mandato de deputado.

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