Líder supremo do Irã descarta negociar com os EUA

O líder supremo do Irã descartou novamente neste domingo (3) negociar com Washington. A fala ocorre um dia antes do aniversário de 40 anos da crise dos reféns na embaixada dos EUA em Teerã.
Sputnik
"Quem vê as negociações com os Estados Unidos como a solução para todos os problemas certamente está enganado", disse o aiatolá Ali Khamenei durante um discurso para marcar o aniversário, segundo seu site oficial. "Não haverá nenhum resultado das conversas com os Estados Unidos porque eles certamente e definitivamente não farão nenhuma concessão".

Em 4 de novembro de 1979, menos de nove meses após a derrubada do xá iraniano, estudantes invadiram a embaixada dos Estados Unidos em Teerã para exigir que Washington entregasse o governante deposto depois que ele foi internado em um hospital dos EUA.

Levou 444 dias para a crise terminar com a libertação de 52 estadunidenses, mas Washington rompeu relações diplomáticas com o Irã em 1980 e os laços estão congelados desde então.

Khamenei, no entanto, disse que as "disputas" entre o Irã e os EUA não começaram com a ocupação da embaixada.

"Isso remonta ao golpe de 1953, quando os Estados Unidos derrubaram um governo nacional - que cometera o erro de confiar nos Estados Unidos - e estabeleceram seu governo corrupto e fantoche no Irã", disse sua conta no Twitter em inglês.

O golpe organizado pela CIA, apoiado pelo Reino Unido, derrubou o imensamente popular primeiro-ministro Mohammad Mossadegh, responsável pela nacionalização da indústria petrolífera do Irã, ressalta a agência de notícias AFP.

O golpe restabeleceu o governo do último xá do país, Mohammad-Reza Pahlavi, que havia fugido do país em agosto de 1953, depois de tentar dispensar Mossadegh.

As tensões voltaram a aumentar entre Teerã e Washington desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou-se do acordo nuclear com o Irã de 2015 e restabeleceu sanções unilaterais.

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