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Lula discursa para multidão, chama Moro de canalha e apresenta pauta contra governo de Bolsonaro

Em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Lula discursou para sindicalistas, militantes do PT e de movimentos sociais no Sindicato dos Metalúrgicos, apresentando a pauta política do partido contra o atual governo.
Sputnik

Preso desde 7 de abril de 2018 na Superintendência da Polícia Federal (PF), Lula discursou para seus apoiadores em São Bernardo do Campo, apresentando sua leitura da atual situação do país.

Lula agradeceu a seus apoiadores que permanecerma por 580 dias nas proximidades da sede da PF em Curitiba.
"O lado podre do estado brasileiro, da Justiça, do MP, da PF e da Receita trabalharam para tentar criminalizar a esquerda, o PT e o Lula", declarou o ex-presidente.

Além de criticar o Sergio Moro, atual ministro da Justiça, Lula disse ter "vontade de provar que este país pode ser muito melhor na hora em que tiver um governo que não minta tanto quanto o Bolsonaro pelo Twitter".

"Porque como um homem que tem clareza de sua inocência e de que seus algozes estão mentindo, tomei a decisão de ir pra provar que o Moro não era juiz e sim um canalha que estava me julgando", disse o político.

O líder do PT reiterou pretender contestar o processo jurídico movido contra ele, mas pontuou que ainda não se trata de uma vitória.

"Espero que a Globo filme. Que tirem fotos. Uma salva de palmas para os meus advogados: a Valeska e o Cristiano. Ainda não ganhamos nada, porque o que queremos é que seja julgado o habeas corpus anulando os processos contra mim", declarou o ex-presidente de cima de um caminhão, acompanhado das principais lideranças do seu partido.

Lula afirmou que pretende percorrer o Brasil para se reunir com seu apoiadores e unificar a oposição.

"Tô disposto a percorrer esse país. Porque não é possível que a gente viva num país em que todo dia os ricos ficam mais ricos e os pobres ficam mais pobres", disse ele.

"Eu acho que não tem outro jeito. Não tem ninguém que conserta esse país se não quiser consertar. A gente não pode permitir que esses milicianos acabem com nosso país", acrescentou o ex-metalúrgico, alfinetando o atual presidente do país.

Luiz Inácio Lula da Silva criticou a recém aprovada Reforma da Previdência, atacou o presidente Jair Bolsonaro e cobrou uma investigação mais dura sobre o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco.

"Eu quero saber porque que esse cidadão (Bolsonaro), que se aposentou muito jovem, resolveu acabar com a aposentadoria do povo brasileiro", questionou o estadista. "A gente tem que saber quem mandou matar a nossa guerreira Marielle", acrescentou.

"O Bolsonaro tem que entender que foi eleito pra governar para o povo brasileiro e não para os milicianos do Rio de Janeiro", concluiu Lula, que terminou o discurso sendo carregado nos braços da multidão visivelmente emocionada.

O ex-presidente fez uma apresentação programática e formulou de forma concisa a pauta com a qual pretende unir a oposição contra o governo de Jair Bolsonaro, na iminência do 7º Congresso Nacional do PT, que será realizado entre os dias 22 e 24 de novembro.

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