Após 2 anos, Reforma Trabalhista não cumpriu objetivos, diz especialista

A Reforma Trabalhista completou dois anos nesta segunda-feira (11) e trouxe alterações nas relações de trabalho, porém, ainda não cumpriu a sua promessa de gerar muitos empregos.
Sputnik

Antes da Reforma Trabalhista ser implementada, o Brasil tinha 12,7 milhões de pessoas desempregadas. Após esses dois anos, o número de desempregados reduziu pouco e em setembro deste ano fechou em 12,5 milhões.

A Reforma Trabalhista foi proposta pelo ex-presidente Michel Temer, que à época defendeu que ela seria capaz de gerar 2 milhões de empregos em 2018 e 2019.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o advogado Marcus Vinícius Cordeiro, ex-presidente da Comissão da Justiça do Trabalho e Secretário-Geral da OAB/RJ, disse que alguma mudança precisava ser feita nas leis trabalhistas brasileiras.

"Alguma reforma tinha que ser feita, muitos aspectos da relação trabalho e emprego estavam já caducos", disse.

No entanto, Marcus Vinícius Cordeiro disse que a Reforma Trabalhista não cumpriu os objetivos de se gerar emprego.

"Ela foi criada com o objetivo de criar emprego, de modernizar legislação, de dinamizar a economia e nada disso aconteceu. Então a reforma certamente não cumpriu o seu objetivo", afirmou.

Um dos aspectos da Reforma Trabalhista, segundo Marcus Vinícius Cordeiro, foi gerar um aumento no número de pessoas em trabalhos informais.

Segundo dados do IBGE, em 2017 o Brasil tinha 17,8 milhões de trabalhadores sem carteira assinada e outros 22,8 milhões que trabalhavam por conta própria. Os dois grupos cresceram nestes dois anos e em setembro deste ano, havia 18,9 milhões de pessoas trabalhando sem carteira assinada e outras 24,4 milhões trabalhando por conta própria.

"A reforma não ajudou a reparar esse aspecto da informalidade. Ao contrário, ela criou novos mecanismos de contratação, podou direitos, inibiu acesso à Justiça Trabalhista, então você acaba tendo a reforma como um dos aspectos que contribuíram para tornar a informalidade hoje uma realidade", disse Marcus Vinícius Cordeiro.
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