Ex-presidente da Bolívia renunciou ao seu cargo no domingo, 10 de novembro, depois de três semanas de manifestações cívicas e políticas contra a sua reeleição.
"O golpe é um golpe geopolítico por recursos [...] é um plano da nova ordem mundial na Bolívia e pretende se alastrar para a Venezuela, é um golpe contra Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América) [...] é evidente que os EUA estão por trás do golpe", apontou Díaz.
Díaz, presidente da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela, explicou que a Bolívia tem uma "posição vantajosa" no que se refere ao gás e ao lítio, o que fez com que as potências estrangeiras pusessem seus olhos sobre esta nação sul-americana.
"É um golpe à posição vantajosa que tem a Bolívia em relação ao gás e aos minerais, sobretudo o lítio, vale lembrar que a nova ordem mundial tem uma obsessão por monopolizar agora, em uma nova etapa, já não só o petróleo, como também aqueles minerais raros que podem ser alternativos como parte da sua estratégia para diminuir as energias fósseis para mudar e migrar para as energias alternativas", afirmou ela à Sputnik Mundo.
Na opinião da deputada, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a ONU são os organismos responsáveis pela renúncia do ex-presidente boliviano.
"O papel da OEA é o de sempre, o de ministério das colônias, neste momento a OEA e a ONU, e eu o denuncio, fazem parte das estratégias de guerras suaves que são aplicadas aos países, neste caso a OEA foi quem inventou a desculpa para obrigar, porque o presidente Evo [Morales] se viu obrigado a renunciar, acreditando que com isso iria acalmar a matilha esfomeada dirigida por fanáticos", assegurou ela.
A deputada da ANC considera que o golpe de Estado procura fomentar a divisão dos governos progressistas da região.
"Estão afetando a integração perante uma nova onda de relançamento dos movimentos progressistas da América Latina […] Bolívia significa ocupar o território para a partir daí expandir a subsequente ocupação, eles precisam dos capitais, precisam desenhar novos territórios", afirmou Díaz.
Entretanto, o presidente estadunidense, Donald Trump, disse que a saída de Evo Morales é "um sinal forte para os regimes ilegítimos na Venezuela e Nicarágua de que a democracia e a vontade do povo sempre prevalecerão".